sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

PAPAI NOEL SANGRENTO


Sangue é o vermelho do Papai Noel
Que neva em contramão aos desertos
Da palestina e seus grandes desafetos
Templos dizem que levam para o céu.

Pastores hermafroditas e mercenários
Tomam casas e migalhas dos fiéis
São, na verdade, tão toscos e cruéis,
Com religiões se portando ao contrário.

Os paradigmas das neves lá de Israel
Onde Jesus nasceu e não havia trenó
Havia peso na garganta como um nó
Por um grito de libertação do mal cruel.

Sem oferecer meu pranto, sou força.
Simplesmente não faço estas questões
Embora queiram me ver numa forca
Eu mando um beijo nos seus corações.


(Cristiano Jerônimo – 27.12.2019)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Escalada de CO2



Porque não sou assim
Até riem de mim.
Um sufoco da porra
Para ter um pouco de paz.
Nas avenidas, os sinais
Eu não quero ir por aí.

Podem rir mesmo de mim
Que tá tranquilo
Tá de boa
Tá favorável!

Por incrível que pareça,
Eu não sou assim um estigma
Apenas valorizo meu paradigma
Eu não nasci para ser robô
Espero só o CO² desse motor.

Podem rir mesmo de mim
Que tá tranquilo
Tá de boa
Tá favorável!

Você que não me conhece
E nem conhece ela
Não venha nos julgar
Orando as suas preces
Que, muitas vezes,
Não levam a nenhum lugar
Eu me sinto muito e sorrio
Queria ser um homem frio
Talvez pudesse te enganar
Como faz quase todo mundo
Você viria num segundo
Com um rótulo para marcar.

Podem rir de mim assim mesmo
Que tá tranquilo
Tá de boa
Tá favorável!

Marca de ferrão de boi
Um preconceito dura
Para o resto da vida
Marcado no gado
Humano e raso
Sujeito a tudo
O que é proposto
Rótulo não tem rosto
E estigma não tem razão
Povo novo, povo pobre
Povo nobre, nosso povo
Sem voz, nem nada de novo.



(Cristiano Jerônimo – 05122019)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Coisas do tempo



Navio atracado
Farol iluminado
Velocidade do vento
O tempo acelerado
Mar revolto adentro.

Mar sem tormenta
Não é mar
É oito ou oitenta
Para navegar

Amiga do tempo
Que não espera ninguém
Que segue certeiro
Pelo mundo inteiro
Ao lado do espaço
Onde a dor de cabeça
Nem tem tempo de existir
Assim como sinais de cansaço.


(Cristiano Jerônimo – 04122019)

domingo, 1 de dezembro de 2019

Sua velha imagem


Luz intensa
no farol
Ouve-se
O repicar
dos sinos
O badalo do tempo
As velas das jangadas
Primeiras encruzilhadas
Ouvindo mais de mil rajadas
Sem flores e sem armas na mão.
O encontro obrigatório
De toda a vida com seu final.
Impossível de ser
agora e sempre
Continuando vivo
com seu terninho,
Mas a sua cara velha 
De um bom velhinho
Jaz...




(Cristiano Jerônimo – 30112019)

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Arrancando as moedas




Nada de ponto de equilíbrio
Coloque seu pé de apoio atrás
Não se desequilibre nem caia
Afaste sua angústia, não fuja da raia
Preserve todo o ataque e sua defesa
Assista aos atacados, mesmo que caia
Não perca por nada a sua santa paz
A não ser que sejas convocado
Para a boa guerra da grã maioria
Tomando da minoria o que é nosso.

Nesta carta tu endossas
Sem autoridade oficial, mas como eleitor
Sentindo que te botaram de cabeça pra baixo
Catando até tuas moedas, até teus centavos.

E agora, o que fazer da vida estando vivo e sóbrio?

Quando ainda andam dizendo que a nação é laica
Com uns duzentos pilantras com vestes prosaicas
E esta mentalidade estúpida, funesta e arcaica,
Capaz de destruir escolas e queimar nossos livros.


(Cristiano Jerônimo – 211120190)

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Eternamente carentes




De pai e mãe
de pau e pedra
de crocodilos
horripilantes
os fantasmas
tua imaginação
teu medo
teus brinquedos
inocente
de pai e mãe
era carente

De deus e cristo
da terra ao ar
com o registro
do que você
vai se lembrar
da tua história
teus fracassos
teus sucessos
fragmentos
escaneados
pelo Universo
equivalente
a praticamente
nada
(como é longa
essa estrada...)




(Cristiano Jerônimo – 20112019)

sábado, 16 de novembro de 2019

A MONTANHA MÁGICA



Sanatório
Bacilos
Vacilos
Saídos do circo
da solidão.

Terapêutico
Pupilos
mamilos
Alto da colina
E solidão.

Sorumbático
melancólicos
Bucólicos
Nos Alpes
E a solidão

Presidiário
Político
Retardatário
Analítico
Tão frios
Quem nem
Sobem o tom

Purpurina
Alto astral
Carnaval
Fantasia
Realidade
Ilusão
As cinzas
E a Solidão.

Descobria
Quem era
Pelo som
Da tosse
Seca.
Deixava
De ouvir
Muitas
Tosses
Que sucumbiam.


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Poema dedicado ao livro mor do alemão Paul Thomas Mann (1875-1955). Tendo recebido o Nobel de Literatura de 1929, é considerado um dos maiores romancistas do século XX.

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(Cristiano Jerônimo – 15112019)

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Efeitos do leite derramado





Poemas perdidos
amores findos
fim de paixão
reprovação
escolar.
são coisas
que não têm jeito
não tem como
consertar...

Leite ao esterco
nas ordenhas
nunca voltará
como queremos
enriquecerá
bem o solo
Que vai
nos acordar
de toda essa ilusão
para lutar
vida real
Do caos ao sertão.


(Cristiano Jerônimo | 15112019 – Recife/PE)

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Procurando o Minotauro





Eu estou no labirinto
Procurando Minotauro
Tomo goles de absinto
E só acho o Centauro.

Eu estou numa favela
Procurando assaltantes
Eu me lembro desta guerra
Tantos mortos quanto antes.

Eu estou num fogo cruzado
Guardado pelas barricadas
Nunca escolhi esta estrada
Mesmo sendo o meu lado.

Eu estou no fim dos tempos
Com água para apagar o fogo
Minha nau entregue aos ventos
Minha vida entregue aos lobos.

Acordei e tudo como antes
Não era campo nem cidade
Eram milícias fulminantes
Que juravam ser verdades.

Amigo preso vai ser livre
Vamos derrubar o golpe
O país tem um arco-íris
E a força do nosso galope.


(Cristiano Jerônimo – 04112019)




sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Dos descasos


Não é óleo
mas petróleo
catástrofe
nunca vista
desdenhada
movida
pelo ódio
desgoverno
nacional.
mas o que
esperar
do psicopata
eleito
que nada
tem feito
e que não nos leva
a lugar nenhum.
O tratamento
Irresponsável
Não surpreende
Os milicianos
Serem insensíveis
Com a costa
Os empregos
Fauna e flora
Prejudicados
Eu queria vê-los
Todos ensopados
Do petróleo
da negligência
no mar onde
sem o bote
salva-vidas.
CUIDADO!
Eles não estão nem aí
Sempre em fuga
Não respeitam tartarugas
Nem os frutos
Nem os segredos do mar.


(Cristiano Jerônimo - 01112019)

terça-feira, 8 de outubro de 2019

O motivo é a razão



Caminhos muito pisados,
Terra socada nos passos.
Nas pegadas do tempo,
O rastro é documento.

São 250 anos de estradas
Tocando secas e trovões
Se alternando no vento
De caminhos e ilusões.

São 2500 anos rupestres
Ameríndios de 15 mil anos
Sobreviveram a pestes
Mas não aos humanos.

Aquele povo tirano
Que saqueou o ouro
A dignidade, a vida,
A floresta e o oceano.

Terra pisada, o destino
Foi o lugar de um índio
Perdido nas guerras
Contra as suas tribos.


Portugueses, espanhóis
E outros que mataram
Mataram índios inocentes
E ainda há quem diga
Que eles são indigentes,
Preguiçosos e tacanhos
Qual a razão da invasão,
E da Guerra do Iraque?
São do mesmo tamanho.



(Cristiano Jerônimo – 08102019)



segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Dos rebentos e dos frutos


Meus filhos estão de asas postas
com um universo para descobrir
mais e mais. Voam para subir...
passeiam fora do ninho de casa
usam perfumes e as suas botas
meus filhos estão de asas postas
voando... Voando neste céu azul
polos de energias complementares
já que o amor não vê diferenças
independente das nossas crenças
uniões de irmãos são singulares...
 
Meus filhos voam, pois cresceram
mãe ou pai alimentaram no bico
sonho vê-los felizes e bem ricos
saúde, emoções, razões, dinheiro
o futuro que espera as surpresas
da beleza de rir e vibrar com eles
suas novidades, suas descobertas
entrando na porta aberta do futuro
Pulam obstáculos, pulam muros
Quando não há uma porta aberta
O que vem jorra da estrada certa.



(Cristiano  Jerônimo – 06102019) 

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Entrelaço's



Um novo laço
um elo de aço
da força viva
do que eu faço
que despedaça
banco de praça
ao teu cansaço
na despedida
todos lembram
da tua partida
do primeiro dia
no qual iniciei
e perdi o guia
quebrei o laço
da minha vida...
eu prosseguia
fundindo aço
para novos elos
sombra e traços
porque minha
primeira pessoa
é de muito cansaço
mas após uma noite
eu sempre renasço
meu nome é espaço.


(Cristiano Jerônimo – 30.09.2019 – 18h26)

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Sofredor forte!




Meio rústico
e etiqueta
a beleza
e a riqueza
os caminhos
e atalhos
tortuosos
ilusórios...
Mas que suprem
e não existem.
Nem florestas
no sertão
nem flores
no tempo
da devastação.
meio rude
e amor...
alma pura
de um sertanejo
que, antes de tudo,
é um sofredor
forte 
e que canta 
canções!


(Cristiano Jerônimo – 17092019)

sábado, 14 de setembro de 2019

Policrômica

Eu sempre acordo muito cedo na vida /
Quase nunca me permito que alguma coisa boa /
passe à toa. / Passe desapercebida.

Para mim o mundo brilha em preto e branco /
Colorido é ilusão! / Qual é a cor que você sonha? /
É policrômica? /

Eu já fechei essa lacuna 
com um pouco de razão  
e sentimento /
Eu vivo intensamente
os meus momentos
sei que olho para o lado humano
Me permito a viver intensamente.

Acredito em colher dessas sementes
os frutos justos que a lei retorna...
desde o big bang até hoje,
aproximadamente
milhões de anos-luz.

Além do bem não me interessa;
se já fui no universo
uma molécula desprezível
ou uma fração de luz...
(Uma molécula desprezível
ou uma fração de luz...!)

(Letra e música: Cristiano Jerônimo. Gravado nos Estúdios Gringo, em Barra de Jangada, com a banda Bando Poeta. Composto por Felipe Bolinha (contra-baixo e maestro), Marcos Paulo (guitarra solo), Renato Muniz (Guitarra base e solo), Fabinn ZZ (Bateria nervosa), e o meu parceiro também perfeito Henrique Poroca ( hoje no MDA na Amazônia).

E bruxas vão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E bruxas vêm.....!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Amazona tropical





Fatos e fenômenos
brilham para ti.
na natureza,
na tua beleza,
tudo enfim.
que não te cause
estranheza,
que a sua cabeça
cresça bem inquieta;
parecendo uma seta
mandando passar...
Num cavalo alado
seu flutuar me intriga...
Uma amazona do tempo
cada vez indo mais alto
Encarando gente e briga
Obstáculos com sobressaltos
planando na estrada
voando de carro
na estrada que vem
com toda a sua doçura.
Porque é preciso
correr e decolar,
passar pela pedra mais dura.


(Cristiano Jerônimo Valeriano – 10.09.2019)

Além dos bondes

Acaso é o nosso coração Asas acima dos bondes Barcos por cima das pontes Uma patativa e um rouxinol A energia que se move no sol E...