domingo, 6 de julho de 2025

Cartão postal



Tão indecente

Foi o jeito com que essa mina descarada, arranhada, repulsiva

Me julgou de repente...

 

Eu já sabia das suas intenções

Maléficas contra mim

Por isso, me precavi com todo alho e cebola

Que eu consegui encontrar.

 

Mas o que eu não sabia

Era que essa zorra toda ia acabar

Nos seus movimentos.

Por isso, confesso,

Peguei o isqueiro pra poder fumar.

 

Minha família mandou-me um cartão postal

Pois tal cartão conseguiu me fazer chorar

E o reco-reco que eu brincava

E, mãe, a senhora me bateu,

Porque eu troquei por um espelho

Só pra poder cheirar.

 

Um tal negócio ou coisa parecida

Que faz bem ou mal à saúde

Não me interessa, mãe,

Vá perguntar ao Gabeira se posso fumar.

Mas o capítulo

Da novela dolorida, colorida, comovida

Que eu pedi pra ver;

O personagem que encenava a contramão do gancho

A oficina telepática me sorria

Como um amuleto.

 

Mas o que eu não sabia

Era que essa trama toda ia cair nas costas

Da pessoa que vos fala e relata

O que aconteceu.

Mas o que eu não sabia

Era que essa zorra toda ia acabar

Com pratos e espelhos

Só pra poder cheirar.

Só pra poder cheirar!!!

Pois tal cartão, cartão postal, conseguiu me fazer chorar.


SP                        SP                SP                SP                SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cartão postal

Tão indecente Foi o jeito com que essa mina descarada, arranhada, repulsiva Me julgou de repente...   Eu já sabia das suas intenç...