terça-feira, 24 de agosto de 2021

Cada dia mais só



Os olhos atentos à pele do corpo

Com todo o organismo para tentar

Com esse sentimento tão diferente

A beleza, as nuances a se transformar

Reaparecendo muito mais potentes

O desejo torna belo o que era incerto

e gostoso o desconhecido que amamos

sabemos de cor, e por isso não hesitamos

Principalmente quando estamos de costas

para o perigo. E, a milímetros da beira do mar.

Somos programados para nadar sempre que pudermos

E explodir pela Pátria a qualquer momento

Mesmo que seja contra a correnteza flutuante

Nada será mais agora aquilo que já foi ontem

A moça apaixonada esperando um lobisomem

O lobo, a loba no lago do Mago das Artes

Que fez bem feita a sua parte como ser humano

Sepultado numa cova rasa cada dia mais só.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo - 24082021)

 

 

Alado para além das gaiolas



Desconfie de quem vive amoitado

Falando a verdade do outro lado

Confie no muito, no pouco também

Acredite no hoje e no que há mais além.

 

Quem se esquece demais fica só

Quem tem garganta sente o nó

Do abandono que assola o país

Etecetera, no passo de aprendiz.

 

De uma escola encantada

Tapumada por uma estrada

Ligada à imensidão da luz

Só não voa quem não quer

Só não anda quem não vai.

 

Quem muito se levanta, cai

Saber ficar entre os primeiros

Perder voltando como vai

Sem regar as flores do canteiro.

 

Só quero saber do que me interessa

E pouco importa se interessa muito

Eu nasci desamarrado e ainda vou voar

Eu nasci alado para além das gaiolas

Que prendem, que impedem de planar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 24082021) 


Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...