sábado, 11 de março de 2023

Por nada!...



O que se traz no peito

O inesquecível

De bom...

De mau...

De incrível.

 

Faz que o feio

Seja tão lindo

Que não valha

Ser assim sorrindo.

 

Nada é tão bom

Que não possa

Ter um fim...

Uma finalidade.

 

Se a vida não brinca

Ela também não maltrata

Fomos nós que adoecemos

Derrubamos nossa mata.

 

De corpo presente

Nada é tão flutuante

Que não possa existir

Não possa ser trocado.

- Obrigado

- Por nada!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11032023)

Das ilusões

 


A luta concisa e incessante faz criar o agora

Fala da vida passada e da chegada da hora

Os comportamentos são os mesmos de outrora

Não sabemos viver nossas novas realidades

Temos que passar pela vida em várias cidades

Perseguindo o maior bem que é a humildade

Na igreja que dá carro de luxo, não vale entrar

Fuma sem culpa a cura do seu bendito cigarro

Augusto, você disse que o beijo é a véspera do escarro

Não foi lá para ficar calado ou aceitar passivo

Ele tinha a ver com isso, era um cidadão altivo

Não suportava ficar sem fazer nada, sem sorriso.

 

[A tentativa que olha e não vê seu sucesso

Vai de luxo sentado num ônibus expresso

A ver verde, estrada, seca, poeira, ilusão

Pensando no que era um pouco diferente

A bússola não indica o local com exatidão

Nas sucessivas vaidades do tempo certo

Na justiça do Divino Deus que é certo,

Eles não têm o direito de ir lhe julgar...]

 

(Lá, lá, lá... Lá, lá, La, lá...).

 

 

 

Cristiano Jerônimo Valeriano – 11032023

SP/Brazil

sexta-feira, 10 de março de 2023

Consequências e glórias



As coisas já foram piores

Parecendo tão melhores

As vidas já foram melhores

Mesmo nos dias piores.

 

As amarras da injustiça

Mesmo como a sua cobiça

São tiros precisos certeiros

O sangue coalha os cabelos.

 

De Chico, foi “de tiro certeiro”

Acertou a família e o porteiro

Comendo canja escondido

Considerado um forasteiro.

 

O que falta é mais dinheiro

Ele olha para quem devota

Pobres complexados cegos

Submissos aos seus egos.

 

Ele abriu a porta da senzala

E mandou todos fugirem

Foi acorrentado e morto

E ressuscitado na vertigem.

 

Nasceu de novo com vontade

De mudar o mundo, sem ilusão

Mas vivendo naquela cidade

A terra não mudava a direção.

 

Os tempos de outras glórias

Levaram parte da essência

O povo carente de história

Que não mede consequências.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 10032023) 

Nos idos de tempos atrás


Nenhum de nós é menos

Ninguém de nós é mais

A vida e seus dividendos

Torna a gente mais capaz

De superar esses venenos

O desejo cego mais fugaz

O frio intenso do sereno

Do sonho que se desfaz

E na gruta, ali guardada

A alma toda destroçada

E um riso falso que se faz

quando visto por detrás.

 

(Cristiano Jerônimo – 10032023)

quinta-feira, 9 de março de 2023

Ele


Muito do que disse

Foi usado contra ele

A vida não era jardim

Eram bobas as tolices.


 

A 17 milhas no mar

Ele jogou seu tesouro

Para ninguém encontrar

Nem olhar olho a olho.

 

No seu continente

Ele encontrou um amigo

Um parente, o seu inimigo

Os mais dos anos antigos.

 

Empunhou sua espada

Sozinho, rival, sem nada

Viu uma luz no céu clareando

E seguiu na mesma estrada.

 

Revisou o baú e foi ruim

Expor seus traumas assim

Profundas suas as marcas

Das pisadas que deu e levou

Crueldade da sutil saúde

Na doença e na tristeza

Entender a óbvia beleza

Se sentir em completude.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 09032023 – SP)

quarta-feira, 8 de março de 2023

Ilusões



não descrevo fatos, 

mas sentimentos. 

não retrato pessoas; 

apenas suas ilusões...


vejo no rosto

o sofrimento

tanto da glória

quanto da derrota

como no espelho

que procura a cura

pelo lado encantado

para adentrar no céu.



(Cristiano Jerônimo - 08032023)

Quem é ele?

 


És grande homem, puro menino

Amadurecestes em meio à safra

Pastos com as éguas campolinas

Tiroteio, bang bang, mesa farta.

 

Logo eu que era muito Pacífico,

Virei leão para não ser a presa

Deus e as suas provas de amor

Deixaram-me cair, com defesa.

 

Como gato, caí de pé, para fora

Gato sabe a hora de ir embora

No que está fora está dentro

No que está dentro, está fora

Nunca se afoba antes da hora.

 

Galinhas vão para o chiqueiro

Onde o menino ganha dinheiro

Lá no Alto do Céu, uma águia

Desce para fazer o seu roteiro.

 

Tudo é tão chique na natureza

Urubus, corvos e abutres na limpeza

Noite fria que lhes levam a namorar

Da seca contemplando toda a beleza,

Numa certeza de que tudo vai mudar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 08032023)

terça-feira, 7 de março de 2023

Samba assado



O desafio é uma meta

A coragem, determinação

Insistência de entender o meio

Porque no céu tem um clarão

Onde fica o coração

No lugar da emoção

Distraído a conversar

Entrertido na razão...

 

Eu não trago maldade no peito

Eu nasci para cantar e sambar

Coco e maracatu ecoam nos altos

Capoeira com sobressaltos pra lá

Eu nasci para escrever e pensar

Resistência, não posso silenciar.

 

O que querem de mim

Fizeram o jogo logo assim

Porque tão imperfeito

Achando que no céu

Tem muito espaço

Que o lugar é perto...

 

Os argumentos mil

Céu branco de anil

No coração do Brasil

No meio do verde folha

No clima que é dela

Que pinta em aquarela

Algo bom para retratar...

 

 

                                                                   (Cristiano Jerônimo – 07032023 – Taubaté/SP)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...