Tereza já bem sabia
Bateu na
minha porta
E falou o
que queria
Mais viva
que morta.
Seu ser
falou também
O que quis
e conclamou
Tentou olhar mais além
E quis decolar
no trem.
Correu as
ruas e os olhos
Do amor
que foi de trem
Nos ofícios
dos seus ossos
Vida fria o calor que vem.
Falou que da vida vinha
O calor da existência nua
Nossos corpos exotérmicos
Igual ao calor
e frio da lua.
Foram barcos
e neurônios
Subiu o
rio em piracemas
A água da
mata decantada
O coro corrido das seriemas.
Tereza é
quem sabe melhor
Dar notícias
de algum amor
Ela vive
pensando em casar
Conhece os
homens de cor.
Devaneios à parte, acordou
Gato não gostava de tão alto
Foi na avenida e subiu na lua
Numa espaçonave de asfalto.
(Cristiano Jerônimo –
23072021)