Dentro da
figura normativa
Do objeto do
terceiro campo
Salta o
estigmatismo fascista
De viver somente
carimbando.
O sujeito
fortemente marcado
E reduzido
ao que os outros querem de pior
Um pobre
homem que luta para provar
Que dinheiro
é o passaporte melhor.
Não é
porque fui libertado que não sou escravo
Com esse
complexo de eterno colonizado
Dois
campos diferentes que se encontram
E vão para
um terceiro lugar tipo civilizados.
Dialogam
entre si e cedem o que podem
Os choques
e conflitos o mundo movem
A
periferia se sacode e é a grande maioria
Uns ignoram
o seu poder, são moribundos.
Ao invés
de fortalecer o seu terreno
Reproduzem
a lógica da elite burguesa
Neste país
de merda com um déspota
No topo do
poder brincando de matar.
Não sou
tolo para me apegar à cultura
Ela hoje é
o que não foi ontem, e mais
Se
permanecer estática, anda para trás
Se andar
para frente torna-se loucura.
Rótulo
humano é um perverso recorte
Da história
de um sujeito multidirecional
Que das
suas finanças não importa o porte
Mas da sua
ética, da sua própria moral.
É assim
que a hipocrisia continua a iludir
Somos incautos,
se não, não seríamos xerox
Cópias de
um modelo padronizado
Dos vícios
de vida de todos os antepassados.
A cada sol,
na Esplanada, um outro Brasil
Não uma
cabra chupada que chupa-cabra
Um desejo
de ser o outro quase que febril;
Contudo, lutas
de classe nunca se acabam.
(Cristiano
Jerônimo – 190120210)