sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Melhor passaporte



Dentro da figura normativa

Do objeto do terceiro campo

Salta o estigmatismo fascista

De viver somente carimbando.

 

O sujeito fortemente marcado

E reduzido ao que os outros querem de pior

Um pobre homem que luta para provar

Que dinheiro é o passaporte melhor.

 

Não é porque fui libertado que não sou escravo

Com esse complexo de eterno colonizado

Dois campos diferentes que se encontram

E vão para um terceiro lugar tipo civilizados.

 

Dialogam entre si e cedem o que podem

Os choques e conflitos o mundo movem

A periferia se sacode e é a grande maioria

Uns ignoram o seu poder, são moribundos.

 

Ao invés de fortalecer o seu terreno

Reproduzem a lógica da elite burguesa

Neste país de merda com um déspota

No topo do poder brincando de matar.

 

Não sou tolo para me apegar à cultura

Ela hoje é o que não foi ontem, e mais

Se permanecer estática, anda para trás

Se andar para frente torna-se loucura.

 

Rótulo humano é um perverso recorte

Da história de um sujeito multidirecional

Que das suas finanças não importa o porte

Mas da sua ética, da sua própria moral.

 

É assim que a hipocrisia continua a iludir

Somos incautos, se não, não seríamos xerox

Cópias de um modelo padronizado

Dos vícios de vida de todos os antepassados.

 

A cada sol, na Esplanada, um outro Brasil

Não uma cabra chupada que chupa-cabra

Um desejo de ser o outro quase que febril;

Contudo, lutas de classe nunca se acabam.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 190120210)

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