quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O outro lado



Tudo o que a gente quiser!

Podemos plantar e amar

Colher frutas doces dos pés

Aroeira, lembrar de voltar.

Não se esquece do que foi mau

Nem do que foi muito bom;

Vida é vida; é um fato bem real.

Entre a dicotomia dela, os dons

E os predecessores de todo o mal

Afastados em nós porque iremos

Não ficar como um vulto calado.

Avexar o passo, o tempo contado

Para chegarmos ao outro lado

e frearmos os instintos mordazes

Eu não queria ficar assim calado

Remoendo num tom desafinado.

 


 (Cristiano Jerônimo – 09022022 - Taubaté/São Paulo)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Esotérico místico


O sofrimento de um místico

Não esperava compreensão

Já que o justo vinha do além

Delimitava-se como um cão

Um ser que sabe que aprendeu

Um sábio que não sabe nada

O tempo revela véus de sonhos

As imagens felizes das colheitas

Sem poeiras ao longo da estrada

No lombo do cavalo sempre indo

Em longas cavalgadas no nordeste

Quem tangia um boi, tangia boiada

A mais de 200 léguas adentro

Mais outras 200 léguas afora

Aboio, estalagens, currais da noite

Duzentas cabeças de gado a levar

Sem querer escravos, sem o açoite

Mostra-lhe um barco e aponta para a vastidão do mar,

Bisnetos esotéricos com as suas místicas naus a brilhar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 08022022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...