Sonego
fogo para não me queimar
Eu rego d’água
as maravilhas
Que passam
pelos trilhos
Que alimentam
os nossos filhos
E que dá
para parar e realinhar.
As estradas
não são em linha reta
As aves, o
ovo, o primeiro vôo
Não têm
passagens secretas
Depois de
voar, os passarinhos
Voam sozinhos
para sempre;
Podem ser
enganados pela serpente.
Podem
morar numa gaiola fechada
Sem saber
que a sua estrada é o ar
Podem ser
tratados com carinho
Mas sabem o
que é para libertar;
O sabiá e
o assum preto sofrem
O casaca
de couro é puro ouro
Animais
que não sabem se defender
Nunca vi ninguém
pegar um tigre
Feroz pela
serra para levar para casa.
Porque, aí,
ninguém quer, né?...
(Cristiano
Jerônimo – 19022022)