quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Ele mesmo...


Porque sou poeta e amo a excentricidade

De umas coisas que a outros não convém

Ando sempre a correr na hostilidade

Dos mil cretinos que a cidade tem.

 

Já as mulheres, que pena,

Muitas detestam-me também

É que eu dou carinho, mas na verdade

Não enfeito o pandeiro de ninguém.

 

Decerto que não sou nenhum portento

Mas sei que tenho um pouco de talento

E louvo a Deus que altivo assim me fez.

 

Vós, se me odiai por minhas mil venetas

Deixai-me em paz com minhas costeletas

A minha barba e o meu perfume inglês.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 1995)

cachoeiras de vida



nas procelas do mar enfurecido

enfrento a serpente e o canhão

guardo flores para a vida e a morte

onde o santo era santo, santo era não

lembro do seu passado esquecido

que tinho luta e não tinha muita sorte

nunca poderia entrar num jogo de azar

provar do que já fora não era seu normal

o brio e o desejo mais ardente do amor

o ébrio pensamento da vida e o social

voar bem acima como plana o condor

sentir alegria quando se está com dor

a cabeça no infinito céu do firmamento

e a alma lavada nas cachoeiras de mata.

 

 

(cristiano jerônimo – 26012023)

Matar índios: antigo crime imperialista

 


Nem só de rastros vive a cobra

Nem do veneno dos escorpiões

É remédio e é fatal de uma vez

O mar d’ água clareia os sertões

Surgem burros passarinheiros

Conduzem incautos corações

Cheios de ódio, política agoniza

Olhe que são só de idiotas ladrões

Capazes de matar por idolatria

Sem o teor ou a ideia analítica

Apunha-la o coração da política

De um lado, do outro, poesia...?

Não há tolerância entre eles

Crentes que são os auspícios

Índios relembrando 500 anos

Atrás do muro o que há é nada

A não ser o ontem dos encantos

Nem só de coragem pode viver

Nem só de explorar a estrada

Pode seguir um caixeiro viajante.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 25012023)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Retardados aloprados

 


Toda vida tem seu preço

Sem escolha de endereço

Correndo tanto pra pagar

O que fizeram com o mar

Limparam só o endereço

De si mesmo em adereço

Toda vida tem seu preço

Tem uma lei para cobrar

Uma vida é um destino

Uma resistência a forçar

Metade do mundo louco

Vou descansar um pouco

Resistir a esses absurdos

O século XV voltou, agora

Matar índio é muito fácil

Quero ver se com a pistola

Eles fazem oxigênio...

Sei o que ele vai sofrer

Pela sua falsa astúcia

Um frouxo ignorante

Aloprado como os seus

Falando em vão no nome de Deus

Nos livre dessas espécies

Vestidas de lobos

Cordeiros de terno

Bolsos cheios dos roubos................

 

 

 

(Cristiano Jerônimo Valeriano –  25|01|2023) 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 25012023)

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Passados futuros porvir


Bolas de novelos de fios de lã

Cadeiras de balanço ancestrais

Vendo na estrada a paz que traz

Deitados, sentados num divã...

Com a tromba d’água chegando

A água do seu tempo amando

Vivendo o modo rudimentar

Estresse feito só para relaxar

Controle dos cavalos do peito

Perigosos animais da mente

Sugadores da nossa alma

Que vão para o alto, desejo

Judas sem a mácula do beijo

Terás mais fé e muita calma

Campos de algodão no monte

Branco de ouro no horizonte

Riacho corrente no espaço

Com a felicidade no laço

E a verdade na consciência.

 

 Cristiano jerônimo – 24012023 – Taubaté - sp

De volta às nascentes

 

As cachoeiras estão prestes a correr para cima e de volta às nascentes.

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...