sábado, 23 de janeiro de 2021

Sul da Antártida


Nos dias

em que as lembranças

forem bem alegres

serão como risadas

das nossas crianças.

 

Ser, aprender, saber

fazer pelos menores

se pode aprender

com eles mesmos.

 

Nos dias

em que a memória

for enfadonha,

aprendamos

com o que passou,

apenas.

 

A nau dos dias à deriva

ancorando na beira do cais

quando atraca em solo firme,

mesmo o mar sendo o futuro,

o porto representa o presente.

 

e não existem bússolas seguras

para a orientação dos viajantes

nestas áreas do sul da Antártida

navegando sem o comandante.

 

 

 

(cristiano jerônimo – 23012021)

Os polos e a dança



O desacesso – a acessibilidade

O descontínuo – o meio estável

O desconforto – o acolhimento

O sofrimento – a assistência

A desistência – o recomeço

O que é triste – a alegria

O que chateia – o sorriso

O que é feio – bonito para quem ama

O abandono – aqueles que te chamam

O engano - a luz da clorofila da esperança

O já velho – renova e investe na sua criança

Do polo norte ao polo sul, precisa da dança.



(Cristiano Jerônimo - 23012021)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Adiante a missão


 

Quem tem medo da solidão

Não sabe o que é a solitude

Não sabe o que é o verão

Nem inverno que acaba tudo.

Medo de ficar só no escuro

Olhos não alcançam o invisível

Se mirar bem para a luz do sol

Cegarás de tão grande energia.

Agora emanam luzes, raios

Não há, na verdade, a piora

Estamos ficando mais sábios

A realidade batendo à porta.

A felicidade toca numa janela

Cabe a nós abrirmos a porta

Arejar o ambiente, a energia

E soltar aquilo que não vale.

Realmente, depois de plantar

Não há como não colhermos

Almas que acreditam, serão salvas

O retorno se encarregará da limpeza.

“Orai e vigiai!”,

Vai além um pouco mais

O poderio das uniões

Como são todos irmãos,

Não devem esquecer jamais.

Os canais telepáticos

Estão abertos aos paranormais

E poderão ser sintonizados

Por todos do planeta azul.

Se liguem! 

(Cristiano Jerônimo – 20012021)

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Salto para as nuvens

 


Um salto para as nuvens

Antes desse sol morrer

Um salto para as nuvens

Que aja e faça acontecer.

 

Um salto para as nuvens

Não há nada de anormal

Um salto para as nuvens

Todo voo posto é natural.

 

Um salto para as nuvens

Antes deste sol nascer

E não tem fuligem

Que desperte

O amanhecer.

 

Um salto para as nuvens

Olhe, vejam lá vocês

Que não tem ferrugem

Maresia no que não se fez.

 

Mais, um salto para as nuvens!

Não é somente por querer

Salto para as nuvens

Voando ao anoitecer.

 

Um salto para as nuvens

Algo sobrenatural

Um salto para as nuvens

Acima do bem e do mal

Os saltos para as nuvens

Sobrevoam o carnaval.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 19012020)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Chão de Estrelas



Aquele anjinho bateu as asas

Percorreu os seus caminhos

Que não os mais sacrificavam

Que não mais lhe davam ninho

Questão dele não mais suportar

A impotência e o tempo a correr

O alado Ícaro com medo de voar.

 

Se eu fui e voltei, eu volto de novo

Outra vez uma dose de maturidade

A ciência que movimenta a cidade

Difere da que vem das minhas raízes

Quando somos altas e belas árvores

Não gostamos do frio das marquises

Inalamos o ar que vem da fotossíntese

Sem a qual as estrelas jamais viveriam

Simplesmente porque não as veríamos.

 

Outro novo endereço eu não sei onde é

O calor tão frio das máquinas consome

Tanto seja a mulher, quanto o homem

Eu também sou um palhaço de um circo

                                                       sem futuro

Só não faço mel; as abelhas não dão a receita

Tem um monte de coisas que eu não faço

E uma toneladas de outras nas quais mergulho

Aprendi a não valorizar o nosso orgulho

Desatei desta vida destemida vários laços.

 

Sei que cavalos passam selados; já montei

Cavalos selados sempre passam na estrada

É disto da vida que quer se dizer o melhor

Para que todos tenham as antenas ligadas

Longe do escuro, com uma luz bem maior

Às vezes o cavalo sou se tiver um ar equino

O meu leite é o melhor; e vendo tanto couro

Meus filhos, os meninos, meu maior tesouro

São pertencentes a este novo prisma de olhar

Da tecnologia a favor do agricultor e dos robôs 

Da tecnologia dominando as terras recompostas.

 

*No Sertão – com um pouco de esterco de gado, terra arada, um fertilizante sadio, telas e estufas –, associado à oferta de água, qualquer cultura é viável nas terras do sertão, mesmo que haja lugares inóspitos para o plantio, assim como excelentes áreas planas e de baixio para os cultivos. #desalinizeaagua

 

Cristiano Jerônimo - Janeiro de 2020

Onde não vai dar


Invento

reinvento

dou meus pulos

resignifico

entendo

desentendo

a dinâmica

da realidade

na qual

estou inserido

gosto de arte

retroalimento

meus institutos

racionais

com o meio.

 

Que me diz

para debrear

pede calma

vem da alma

sem se calar

raízes minhas

meus garrotes

minhas galinhas

meus serviços

ao ser racional

subserviência

sobrevivência

ao meu lugar

meus filhos

dourados

e tão azuis.

O que não

se sabe,

angustia,

embora

a vida

seja feita

de missões

entre seres

irmanados

às vezes

é só uma cura

de uma ferida

ajudar alguém

na vida e fim.

Propósito.

 

(cristiano jerônimo – jan2020)

Vida consciente (em busca de ouro)



Palafitas não são casas suspensas

Favelas só não são comunidades

Velhaco não se chama inadimplente

Não se brinca de perto com serpentes

As metrópoles não são uma cidade.

 

“Pessoa especial” traz o quê de preconceito

Reenducandos são apenados por crimes

Muitos não mudam porque trazem no peito

Máculas absurdas que poucos se redimem

Tomar o caminho torto dificulta o direito.

 

Todos os negros são afrodescendentes negros

Brancos não existem muitos mais por aqui

(Brancos invasores das tribos oprimidas)

Índios conectados em tempo real na floresta

Com o mundo cibernético em suas vidas.

 

Dois lados de um duelo frio e permanente

Que faz do educar um tempo presente

Com a oportunidade que todos merecem

Levantar a juventude para a vida consciente

Os  passados deslizes, a gente se esquece.

 

É possível lembrar que um tempo vindouro

Trará muita paz e alegria e um pouco de choro

Mas os amores serão todos leves e duradouros

Como é para o garimpeiro o valor do seu ouro.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 18012020)

Ritmo de algodão

 


Sonhei com as cidades tecidas de nobre algodão

Aviamentos dos cérebros deste novo tempo e era

Agulhas das minhas sérias vertigens do coração

O ser de errar que é humano em cada um de nós

Tudo aquilo que não cala e engole a nossa voz.

 

Vi tantas pessoas indo embora antes do tempo

E diziam: - cabra da peste, assim tu vai dançar;

Toca aquela música para lembrar-se da amada

E toca outra para mim, que vou cair na estrada

Vou ver o vento soprando num calor de rachar.

 

Companheiros de rapadura e farinha nas picadas

Sempre andando bem longe de todas as estradas

Pelas veias e oásis da caatinga desertificada

Carregando consigo “coragem, dinheiro e bala”

A voz que muito fala é a voz que sempre se cala.

 

Carregando consigo, enfim, o seu previsível fim

Tantas guerras para todos perderem ao final

Tanta valentia, valendo a cada dia só o seu mal

O velho hábito dos duelos agora se dissipa bem

Os conflitos se resolvem na causa e efeito, além.

 

As novas gerações trazem paz e luz em sorrisos

Prontas para agir como o mundo pede e merece

Desencantadas e tão azuis, brancas e douradas

Enxergam até as verdades que estão camufladas

Veem o mundo mais nitidamente, como ele é...

 

Recebemos agora uma luz mais intensa do sol

Nosso Astro Rei mais próximo de todos nós

Aquele enxergar que não enxergávamos antes

O tom mais comedido e suave que sai da voz

Tudo luz e cor, beleza maior que os brilhantes.

 

(Desde a roupa bonita, até a beleza do infinito...).

 

 

(Cristiano Jerônimo – 15012020)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...