O carro tá
que tá
Os automóveis
tão que tão
As
avenidas recebem borracha
Engana-se
muito quem acha
Que ferro
e concreto têm coração.
Eu mesmo
vou que vou
O outro
lado do princípio
Jamais será
um precipício
Corre que
o tempo já andou
Não preciso
fazer sacrifícios.
Sacrifícios
são a expressão
De um
desamor próprio
E peculiar
ao complexo
E vasto universo
do ego
Transparentemente
vivo
E funcionalmente
cego
Até aonde a gente sabe.
Em toda a cabeça, a mente
Coração ou
emoção somente
E a hombridade
no olhar
Não nos torna enfadonhos
E tensos, invisíveis no ar.
Porque há
mais coisas
Para se
fazer e conversar
Com todos,
com os amigos
Contigo, olhando
pro mar
Nesta brisa serena a ventar
Desde ameno até a ventania
Aqui bem no fundo do mar.
O carro tá que tá
Os automóveis tão que tão
As avenidas recebem borracha
Engana-se muito quem acha
Que ferro e concreto têm coração.
(Cristiano Jerônimo –
03092021)