quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Aquele imenso amor


Não tenha tanta pressa de chegar quanto de viver

O lugar é aquele mesmo, o que temos que encarar

A vida é mesmo aquela toda que é difícil de entender

Que é preciso ter, sem ter nem para quê, nem como;

Quem sente na pele a vida e os seus maus assombros

Uma criança cresceu ouvindo a mesma história chata

Que a maior parte da humanidade era falsa, superficial

A canção e a poesia vêm amortecendo o impacto dos dias

Dos desmandos ameaçadores que invadem nossos jardins

O fuzil entrou para o currículo escolar do país desajustado

Os incautos e os maliciosos estarão juntos à voz do poder

Ao discurso alterado, distorcido e equivocado na Nação

Que rebola fazendo quase de tudo nesta vida por um pão

Enquanto perde para a guarda da milícia do seio da polícia

Soldados expulsos, mas com alto poder de fogo e fatal ação

Jamais este mundo será o mesmo ou voltará ao “normal”

Os tanques de gasolina no aeroporto iniciam todo o caos

Motocicletas infinitas com suas veias de gasolina azul voam

Sem mexer nas catacumbas nem nos outros vilipêndios

O limbo jurídico, o limbo da memória, o limbo afetivo

Onde as mãos do estado não chegam nem alcançam.


SALVAÇÃO

Negar a oportunidade de saber a uma pobre criança

Seria condenar a humanidade ao estado inicial do Mito

Quem entra e quem sai da escuridão da Caverna de Platão?

Resgatando os mais vulneráveis para nossa compensação

Assistindo aos mais necessitados, aqueles que são desiguais

De maneira desigual tratamos os desiguais como iguais

Ainda sobra tempo para brincar todos os nossos carnavais

Praia a praia, bloco a bloco, ladeiras até quebrar as cadeiras

Mesmo que eu desça a Ribeira às duas da madrugada e só

Não seria nada se não fosse tudo o que acalma grandes

amores.

 

 

                                                                                         (Cristiano Jerônimo – 01.09.2021)

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