sábado, 12 de março de 2022

Tratado de Um Pouco



Leve como um trem

Pesado que não sente

O momento presente

E o que vai mais além;

 

Vida é uma construção

É o reparo dos tempos

Precisa de manutenção

Vai embora com o vento.

 

É preciso tomar cuidado

Para haver a observação

Tilintar dos melindres

Para não sofrer passado.

 

Sonhos são Divinas ideias

Concreto é fruto da mente

Como fazem nas colméias

Abelha é um ser inteligente.

 

Homem faz guerra na paz

Quando a primeira começa

Não se imagina o que traz

Meninas perdem bonecas.

 

Instinto nato produz o novo

A resiliência dos metais

Quando há uns que quebram

Outros não trincam jamais.

 

Às vezes sofremos por quem sofre, esqueça

Com a seda embebida de água gaseificada

Pronta para espremer em tua boca seca

Poemas são maduros e não são só estrofes.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 12032022)

sexta-feira, 11 de março de 2022

Genealogia da vida


Uma vez sanguíneo, para sempre será

E todos os passarinhos, os pais e mães

Terão seus filhotes felizes a voar

Se procurando, cantando nas manhãs.

 

Trabalham cedo e acordam escuro

Dormem cedo para o duro suor suar

Um amanhã que é que nem chuva

Vivendo de cada momento o melhor.

 

Perdem seus laços, suas origens, avós

A população perpetua a miscigenação

De ancestrais os quais nem sabemos

Esquecimento da árvore genealógica.

 

As nossas raízes estão no lá no campo

Olhe pra trás, veja de onde é sua avó

Os grandes centros urbanos da cidade

Escondem famílias que nem se conhecem.

 

Como saber exatamente os costumes

Aquilo que traz a vergonha na aldeia

Na verdade, é o mesmo que se semeia

Na pesca, posso pescar os cardumes.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11032022)

Uma vida em poucos versos universos



Sou matuto sertanejo;

Eu pelejo, eu pelejo,

Aprendi a trabalhar

Com medo de acabar.

Sou cabra da peste

Não é aquilo

Que nos serve

Que faz a natureza

Girar.

Na perfeição

Do tempo

Das eras

De amplidão;

Não vejo

Mais estrelas,

Só mesmo no sertão;

No mato ou na praia escura,

É bom ter um telescópio na mão,

Para obter uma boa e clara visão.

 

(Cristiano Jerônimo – 110322)

Tirano caos



Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul...

São Paulo... São Carlos

Cruzeiro e Botucatu.

 

Você vai consigo

Para onde você for

Não perderás amigos

Poderás ter amor.

 

Os nossos queridos,

Parentes distantes,

São de sangue conosco

E isso é o bastante.

 

Sinto a minha planta

Pegando e brotando

Em outra estância

Construindo e somando.

 

Minha saudade és tu

Minha alegria é você

Nestas bandas do sul

Eu vim pra te ver e viver.

 

{Rio das Capivaras extintas

Solo profundo de explosões

Terra com vermelhas tintas

Tiranos caos sem corações}

[Recife].

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11032022)

terça-feira, 8 de março de 2022

Não há como!



Faço das tripas coração

Faz tempo que há leões

O ato de pensar e escrever

Não nos levaria a nada

Do que o status quo

Oferece nesta estrada

Intranquila.

 

Diante do céu,

Avermelhado,

A ânsia me sobe

Ao peito

Me deleito

No leito

Do Rio Carajás.

 

No Grajaú

Me deito

Vestido;

Me deito nu.

 

A parte do sangue

Do Índio aflora

Não há como ir embora

E deixar tudo para trás

Sendo o que mais quero

Esse amor que traz a paz.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 08032022)

Vida de cultivo



A vida é um tiro

A existência, dois

Apenas com o único par

De munições que temos.

 

A vida é um voo

Sem plano concreto

Mas naqueles que focamos

Estão os atos mais soberanos.

 

A vida é uma farra

De pirulitos e chicletes

De bobagem sem livros

Aparentemente livres.

 

A vida é uma prisão

Com celas de labirinto

E a oportunidade

De, um dia, se libertar.

 

A vida é uma maravilha

O tempo das trilhas

Do aprendizado imoral

A igreja se arrependeu.

 

A vida é um mistério

Numa terra fértil

Onde saibamos

Plantar e cultivar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 07032022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...