quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Não mais



A gente não vai mais

Não vai nunca mais

Mas perece

Mais

Que a gente

Queria mais

Mas não haveria paz

O que haveria de ser

Se era o que queríamos

E não foi o que tivemos

Mas se estivéssemos juntos

Não mais estaríamos bem

Ninguém explicou por que o paraíso

Transforma-se no além...

Eu me recuso, mas volto a Pensar

Como seria estar?

Volto para o além

No meu destino

Desde menino

Não dá, não dá

Poderia e não há

Adeus mais uma vez

Ao que fiz e você fez

Eu fui embora

e nem lembro

se lembrei

se disse Adeus

Adeus!

 

 (Cristiano Jerônimo – 23.08.2024)

As árvores


Festival de Música da ETFPE de 1990 – Prêmio Melhor Letra

 

As árvores não iam morrer.............

Elas eram as escadas da nossa vida

E eu tinha sempre mil vidas a mais

Mas o sonho de progresso

Acabou com a paz...........................

 

Ainda que os frutos não sejam sentidos

Eu me lembrarei do que foi vivido:

Que as árvores não iam morrer..............

Sob o bem ou mal querer.......................

E tudo era bem mais fácil (!)

Do que o tempo que estou a ver..............


Ainda que eu não tenha fotos

Vou lembrar do que foi visto

Mas é que agora 

As árvores não vão renascer

Agora só lembranças no mar

Mas não haverá nem lembranças

Quando acabar o nosso ar......................

 

Não tenho mais a sorte do que eu tinha

De ver árvores ao amanhecer.

 

E quando o sol vier sem o verde

Vou me esconder na televisão.

 

Ficar trancado no meu quarto

Pra não trancar meu coração

(com o que vou ver lá fora).

 

Baby, o sol não vai nascer

Quando acabar as árvores

Baby, o sol não vai se por

Quando acabar as árvores.

 

Baby, o sol......................!!!

 

 

(Cristiano Jerônimo Valeriano – Outubro de 1989)

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O ar e a gasolina no mar e na piscina


Quando somos empurrados pela vontade dos outros

Quando há alguém que facilita tudo, nos priva de ser

Nós nos enganamos e depois nos arrependemos

Desculpe o peso, o machado, a seca independência

Sucesso nos jornais que agora resistem em arquivos

A artista que fez arte, o compositor que se perdeu

Toda a glória que a circunstância, a paz não lhe deu

Com um martelo, um machado e uma foice aos vivos

Ninguém precisa de julgamentos nem mesmo de crivos

Nem de estigma político de ser evangélico ou viver ateu

Nas esquinas da vida, não há melhor ou pior do que eu

Somos divinos e pecadores enquanto estivermos vivos

Somos doces, salgados, azedos, cítricos; e substantivos

Com os adjetivos que nem os santos usaram e são seus

Com todos os meus; com os fariseus, filisteus e judeus

Guerra santa, onde se canta em nome de um “Deus”

A guerra fria continua entre os teus e os mesmos meus

A terra não chora só porque a gasolina pode se acabar

Ela só olha para a gente e pergunta: quais são os seus?

Suas alternativas para quando, na terra, a água acabar...

 


(Cristiano Jerônimo Valeriano – 24.08.2024 – Arcoverde/PE)

Religioso e profano

A solidão com vista pro mar de Marina Trata-se de 24 horas de Barra/Ondina Vida nova; para poder se reinventar No caos que, de repen...