Aos oito anos, acordava às cinco da manhã. O nome
das horas era furacão. Eu ia para o curral tirar leite.
Ordenhava depois as
cabras leiteiras que estavam com bondinho novo, um cabritinho. Naquele frio que
fugia mais tarde em brancas serrações nas montanhas do céu.
A neblina da
madrugada ensinava a convivermos com o frio. Depois do gado, ia tomar o banho e
fazer o desjejum. Bolo de caco, de milho, queijo, ovos, tapioca, beiju,
macaxeira do baixio, batata doce, café, leite e chá. “Coisinhas de matuto”.
E
eu sou matuto, de uma fazenda distante muita poeira da enorme maioria dos homens civilizados desta civilizada civilização.
Após o
café da manhã, pulava da mesa e ia planejar o que vinha por se fazer. No meio
da caatinga do sertão pernambucano, a 25 quilômetros da pista principal
(asfaltada), eu era um passarinho que ia pegar voo por volta das 8h. Eu conto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário