quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

VIDA DE FAZENDA 1

Aos oito anos, acordava às cinco da manhã. O nome das horas era furacão. Eu ia para o curral tirar leite. 

Ordenhava depois as cabras leiteiras que estavam com bondinho novo, um cabritinho. Naquele frio que fugia mais tarde em brancas serrações nas montanhas do céu. 

A neblina da madrugada ensinava a convivermos com o frio. Depois do gado, ia tomar o banho e fazer o desjejum. Bolo de caco, de milho, queijo, ovos, tapioca, beiju, macaxeira do baixio, batata doce, café, leite e chá. “Coisinhas de matuto”. 






E eu sou matuto, de uma fazenda distante muita poeira da enorme maioria dos homens civilizados desta civilizada civilização.


Após o café da manhã, pulava da mesa e ia planejar o que vinha por se fazer. No meio da caatinga do sertão pernambucano, a 25 quilômetros da pista principal (asfaltada), eu era um passarinho que ia pegar voo por volta das 8h. Eu conto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pássaro colorido

  Esgotamos a possibilidade De sorrirmos lado a lado De saber o que é verdade Alma e corpo desnudados Soldados sem ter sentido F...