quinta-feira, 30 de agosto de 2018

dois minotauros


meu coração está aberto com muitas chuvas
a emoção dispersa como as nuvens do sertão
o fígado apertado no como se fosse o coração
e o meu amor atravessado e perdido em ilusão.

minha alma de flores e fuzis é de azul anil e ferve
a Praça Vermelha está marcada de sangue até hoje.
não há nenhum lugar do Brasil que eu me engane
corro do homem mal e cuidado. Corro do seu covil.

vou dar um tempo, viajar e tentar seguir brilhando;
voltar ao fundo de mim mesmo, objetivamente,
abrir ainda mais a mente. As tais portas da percepção
e bailar no ar como um hierofante colorido e sem razão.

não é nem por mim... é que o Brasil não ajuda nem muda
cada dia um labirinto com a morte de dois minotauros
todos os dias, vejo uma mulher e uma menina barrigudas.
investindo na natalidade dos adolescentes que se rebelam
quando vivemos em círculos e não sabemos que somos otários.



(Cristiano Jerônimo – 30082018)

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