Sigo o meu caminho
Como drusas de cristal
E o sangue negro derramado.
O valor do homem amarrado
É bem menor que um voo livre
Se a igreja nunca foi abolicionista.
Sigo o meu destino
Como quem vai para uma festa
Procurando a verdade nos sinais
Decifrando pedras rupestres e portais
De passagem pela tribo que habita a floresta
Se a igreja só foi catequizadora, nunca foi indigenista.
Pego minha vereda, candeeiro aceso, cachimbo
Um português com um bigode a gritar aos lados
Um intelectual na taberna olhando para todos os cantos
A donzela mandando as cartas nos navios do além-mar
Os portugueses eram brancos e detinham todo o poder
E a igreja, ainda assim, sempre teve um olhar tão lusitano.
(Cristiano
Jerônimo – 09062020)
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