segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Poeta para quê?


O poeta não escreve por mera obrigação

Nem tampouco para esconder a solidão

Nos gestos serenos ou abruptos da vida

O poeta escreve para cicatrizar feridas.

 

As chagas alheias, mazelas de si mesmo

Cidade bonita, cidade sangrenta, suja...

Berço de uma maternidade para o caos,

Seja nas palafitas ou no feio da coruja.

 

Já tive até medo, mas era apenas uma planta

Entre a textura de uma flor e o fio da navalha

O poeta desencanta, encanta-se para a janta

A dignidade calça apertadas com suas talhas.

 

O poeta é um animal que nunca dorme

Como as cigarras, cantam noite e dia

Não há quem no mundo que acorde

Antes mesmo dele descortinar o dia.

 

A poesia é a expressão lírica e popular

De brinquedos e sentimentos nobres

No mínimo aclamadores de uma ideia

De poder redimir a vida do povo pobre.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 27082021)

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