O poeta não escreve por mera obrigação
Nem tampouco para esconder a solidão
Nos gestos serenos ou abruptos da vida
O poeta escreve para cicatrizar feridas.
As chagas alheias, mazelas de si mesmo
Cidade bonita, cidade sangrenta, suja...
Berço de uma maternidade para o caos,
Seja nas palafitas ou no feio da coruja.
Já tive até medo, mas era apenas uma planta
Entre a textura de uma flor e o fio da navalha
O poeta desencanta, encanta-se para a janta
A dignidade calça apertadas com suas talhas.
O poeta é um animal que nunca dorme
Como as cigarras, cantam noite e dia
Não há quem no mundo que acorde
Antes mesmo dele descortinar o dia.
A poesia é a expressão lírica e popular
De brinquedos e sentimentos nobres
No mínimo aclamadores de uma ideia
De poder redimir a vida do povo pobre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário