Mas ainda
deu pra ver a lua laranja subindo ao céu
Deu para
ficar agitada na ilusão daquele mero papel
A euforia
escondia o tédio da menina fria e as ilusões
Ressacas
calculadas de uma moça mimada dormidas.
Tudo o que
Cíntia não queria era mexer no coração
Sua pulsão
de morte flertava com a sorte que se tinha
Agora sabia
que, depois de livro, viraria roteiro e filme
De cinema eloquente,
pela autenticidade com a qual ria.
E já não
sabia da importância e da cor que nela havia
Ela gozava
de alegria ilusória quando o ziplock se abria
Nos copos
dos bares onde a noite gritava e se esvaía
Para
depois sentar nos sofás das salas de psiquiatria
Onde
aprendia que, antes das fugas, algo lhe prendia
O problema
não era a droga, mas aquilo o que sentia
Dos seus
25 anos, já havia vivido mais que cinquenta
Os dias se
arrastavam e só passavam lá ao fim do dia
Com a dose
de qualquer coisa com sua louca rebeldia;
Ela agora anda
de mãos dadas e feliz consigo mesma
Transformando
toda sua angústia em refinada poesia
Dando passos
na medida em que seu mundo aguenta
Vivendo de uma vez, dia a cada dia, ela se reinventa
Ontem mesmo, à noite, eu a vi e até sorrir, ela sorria.

Que linda Poesia. Abrilhantou meu dia.
ResponderExcluir#diversa - Abrilhantar um dia de alguém que sente ultrapassa os objetivos dos poemas deste espaço. É simplesmente uma maravilha! Abrilhantemo-nos sempre.
ResponderExcluir