O dia amanheceu sorrindo, lindo
E as pessoas de papelão nem ligaram.
Passaram a noite em mais uma ilusão
E terminaram o outro dia igual ao outro.
Um já me disse que um barraco custa caro
E onde morava não tinha a quem pedir...
Ouviu falar em emprego, não sabia ler;
Queria mandar uma carta, sem escrever.
Escrever que a família mandasse passagem
Para ele voltar de uma desastrosa viagem,
Com gosto de deserto e um oásis de vertigem.
Mofo, poeira, poluição do nosso ar e fuligem.
Outros se jogaram no abismo da Duque de Caxias
E não se deram conta que era a própria vida que jazia.
Todos os outros estão no trabalho e em seus afazeres;
Com cara de segunda-feira e seus profundos quereres...
(Cristiano Jerônimo - 12.09.2016)
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