Eu não posso dar conta da realidade,
Se toda vez que percorro essa cidade,
Desponta luz toda sorte de iniquidades;
Porque se diz que o que mais vale é estar.
O gosto de inalar teu olhar e sentir tesão
Sempre acontece com toda aquela tensão,
Se dilui em platinas que viram mercúrio
nos minerais das mineradoras, o fim...
Eu não posso dar conta do imaginário
Foge ao que tange as agruras do sumário
Mais resplandece a luminária que a canção
Para que não tenha tanta gente solitária.
Seiva viva na floresta atlântica e o seu coma
Mataram noventa e cinco por cento do bioma
Olhares magnatas fecharam numa dose de uísque
E deram as costas como quem espirra ou até golfa.
Fizemos um esforço tão belicoso e enorme
E eu não posso dar conta de nada nesta vida;
Porque com a destreza de Francisco Quevedo,
O medo que a senhora Hora me pegue distraído.
(Cristiano
Jerônimo – 16.08.2017)
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