Lembro das
suas botas postas pretas
Canos
longos, sobretudo pela friagem
A manhã de
neblina sobre o teu corpo
Uma cama
macia e morna no teu rosto
Um dia a
mais no sopro leve desta vida
O prazer
de uma sombra bem quista.
Muito
intenso por não ser pouco
Muito
pouco por ser tão intenso
E vou,
pois não calo, falo e penso
Picoto os
papéis azuis de estêncil
Num mimeógrafo
de cunhar o tempo
E numa
moeda com apenas uma face.
Nunca meça
a dor pela régua do sorriso
Serás
feita para leitos e ar condicionados
E nada tem
o sabor de coisas que acabam
Nos
carimbos rupestres, o tempo se arrasta
Quatorze
libras de pressão no alto do peito
Quatorze
asas de libertação e de coragem
A valentia
de perdoar setenta vezes sete...
(Cristiano Jerônimo – 24.07.2025)
Lindo. Terno. Doce e verdadeiro.
ResponderExcluirQue super legal a sua percepção. Esse retorno do(a) leitor(a), independente da direção da perceção (se bom ou ruim), é tão valioso para quem escreve, que diria que a crítica mais voraz pode soar como um baita elogio. Gracias! Salve as letras.
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