terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Discos na vitrola

 


Reclamava, pois via o olho do marasmo

Remando em sua prancha inconsolável

O escracho, do escárnio e do sarcasmo

Nada poderia ser ao menos tolerável.

 

São só homens sem serem humanos

São tiranos que nos eriçam os pelos

Imagina perder tudo o que ganhamos

Em meio ao caos, algo tipo pesadelos.

 

Não escondamos a responsabilidade

Falamos que íamos mudar o mundo

Que hoje eu não posso mais... não rola

Todo instante troco o disco na vitrola.

 

Até subir na prancha e cortar as ondas

E subir uma serra de cansaço e prazer

Água salobra para dar mais sede oásis

Remando de novo para novo renascer.

 

Os selvagens não foram os ameríndios

Usurpados em tudo e agora esquecidos

Os europeus famintos como forrageiras

A escravidão fora e dentro da porteira.

 

Agora vêm pagar uma dívida social

Na história tantos índios morreram

Procuramos, não vimos movimentos

E as cotas para os donos desta terra.

 

Não é só um poema conteste também

É a sensação de que podemos mudar

Existem estradas no caminho do além

E não é bem aqui o nosso lugar e lar.

 

                                                        (Cristiano Jerônimo – 22022020)


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