Reclamava, pois via o olho do marasmo
Remando em sua prancha inconsolável
O escracho, do escárnio e do sarcasmo
Nada poderia ser ao menos tolerável.
São só homens sem serem humanos
São tiranos que nos eriçam os pelos
Imagina perder tudo o que ganhamos
Em meio ao caos, algo tipo pesadelos.
Não escondamos a responsabilidade
Falamos que íamos mudar o mundo
Que hoje eu não posso mais... não rola
Todo instante troco o disco na vitrola.
Até subir na prancha e cortar as ondas
E subir uma serra de cansaço e prazer
Água salobra para dar mais sede oásis
Remando de novo para novo renascer.
Os selvagens não foram os ameríndios
Usurpados em tudo e agora esquecidos
Os europeus famintos como forrageiras
A escravidão fora e dentro da porteira.
Agora vêm pagar uma dívida social
Na história tantos índios morreram
Procuramos, não vimos movimentos
E as cotas para os donos desta terra.
Não é só um poema conteste também
É a sensação de que podemos mudar
Existem estradas no caminho do além
E não é bem aqui o nosso lugar e lar.
(Cristiano Jerônimo – 22022020)
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