Não tem mais fim. Acabou. Levaram tudo. Era melhor ter ouvido o Raul e alugado o país na década de 1980 mesmo. Porque aqui os salteadores e malfeitores se blindaram dentro das instituições ditas democráticas e cometem todo o tipo de atrocidades contra o povo, contra a natureza e contra a Verdade. Pois, o verdadeiro Ali Babá não é político no Brasil. Ele nos rouba de longe, nos joga de um lado por outro enquanto somos manipulados por marionetes controladas por marcas de chiclete.
Aqui residem os inventores do
roubo e as catitas serelepes com focinhos nervosos. Não são apenas quarenta
ladrões. É muito mais, porque é contumaz. E a porta da esperança não se abriu. Marco
se perdeu para sempre da sua mãe. Foi a primeira história sem final feliz de
toda uma infância. O trauma de uma geração completamente sacrificada,
guilhotinada de tudo, por causa do desenho animado Marcos. Ascender ali era ser
siri com a agilidade de aratu. Relegada pelo poder de nada. A ferida de um
trauma a cada estação em seu hábito vicioso aferia o impacto emocional daquela
menina.
A segunda história sem sucesso, a
cada superação, foi no dia em que eu cheguei na saída da chaminé de uma velha
fábrica e vi uma vida que já não vivia mais. Novo enredo, rumo e prumo. Sem
martírios nem culpas, porque são coisas que não existem, na verdade. A última encarnação
foi, praticamente, anulada. A próxima viria, daqui da desencarnação até mais
uns 300 anos espirituais, dependendo da criatura. Como entendo que tudo isso não
tem fim, me pergunto: o que apressa o nosso passo e por que demora o intervalo
entre um trem e outro e, em plena Paulista, o trilho é lugar bom de andar não
fosse a escuridão, apitos e cruzamentos. Dormentes de florestas de madeira de
lei, para passar trem a vapor e a óleo diesel.
Pela energia elétrica,
termelétrica, a usina nuclear. A radioatividade dos aparelhos que cercaram a
existência humana. Tolhendo gestos e ditando deseducação na porta das escolas.
Nas barbas dos Três patetas filhinhos de papai BSB. Queimaram um índio, escravizaram
os negros e imobilizaram os pedantes da pracinha. Eu só jogo milho para as
minhas galinhas. Me considero oposto ao meu outro lado do rosto das maçãs do
sorriso de Rosinha. O motorista parou o coletivo para o ladrão entrar. Com
tanta loucura na cidade, as farmácias passaram a vender mais remédios contra a ansiedade
por conta dos erros da condução desta democracia.
O lugar, o local onde estamos é
dentro de nós mesmos, até onde possa alcançar a nossa consciência. Um provérbio
chinês é taxativo: “A consciência limpa é a melhor das armaduras”. Os ladrões
minam e roubam, as traças a eles destrói. O Canvas do projeto reencarnatório
levou Tobias a se regrar, mudar de postura, exalar moral. Já Osvaldo ressuscitava
todo dia o carnaval e, iludido, foi devorado pela fantasia da loucura de um
simples aditivo que lhe deixava menos pesado, menos estressado e pronto para um
novo começo, até levá-lo à lona. Até a raça se soerguer, estarei esperando
sentado na beira do princípio, olhando o precipício e avisando que o amanhã
sempre pode ser melhor.
(Cristiano
Jerônimo – 14072021 – Taubaté/SP)
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