quarta-feira, 14 de julho de 2021

Homo psicossocial


Não tem mais fim. Acabou. Levaram tudo. Era melhor ter ouvido o Raul e alugado o país na década de 1980 mesmo. Porque aqui os salteadores e malfeitores se blindaram dentro das instituições ditas democráticas e cometem todo o tipo de atrocidades contra o povo, contra a natureza e contra a Verdade. Pois, o verdadeiro Ali Babá não é político no Brasil. Ele nos rouba de longe, nos joga de um lado por outro enquanto somos manipulados por marionetes controladas por marcas de chiclete.

 

Aqui residem os inventores do roubo e as catitas serelepes com focinhos nervosos. Não são apenas quarenta ladrões. É muito mais, porque é contumaz. E a porta da esperança não se abriu. Marco se perdeu para sempre da sua mãe. Foi a primeira história sem final feliz de toda uma infância. O trauma de uma geração completamente sacrificada, guilhotinada de tudo, por causa do desenho animado Marcos. Ascender ali era ser siri com a agilidade de aratu. Relegada pelo poder de nada. A ferida de um trauma a cada estação em seu hábito vicioso aferia o impacto emocional daquela menina.

 

A segunda história sem sucesso, a cada superação, foi no dia em que eu cheguei na saída da chaminé de uma velha fábrica e vi uma vida que já não vivia mais. Novo enredo, rumo e prumo. Sem martírios nem culpas, porque são coisas que não existem, na verdade. A última encarnação foi, praticamente, anulada. A próxima viria, daqui da desencarnação até mais uns 300 anos espirituais, dependendo da criatura. Como entendo que tudo isso não tem fim, me pergunto: o que apressa o nosso passo e por que demora o intervalo entre um trem e outro e, em plena Paulista, o trilho é lugar bom de andar não fosse a escuridão, apitos e cruzamentos. Dormentes de florestas de madeira de lei, para passar trem a vapor e a óleo diesel.

 

Pela energia elétrica, termelétrica, a usina nuclear. A radioatividade dos aparelhos que cercaram a existência humana. Tolhendo gestos e ditando deseducação na porta das escolas. Nas barbas dos Três patetas filhinhos de papai BSB. Queimaram um índio, escravizaram os negros e imobilizaram os pedantes da pracinha. Eu só jogo milho para as minhas galinhas. Me considero oposto ao meu outro lado do rosto das maçãs do sorriso de Rosinha. O motorista parou o coletivo para o ladrão entrar. Com tanta loucura na cidade, as farmácias passaram a vender mais remédios contra a ansiedade por conta dos erros da condução desta democracia.


O lugar, o local onde estamos é dentro de nós mesmos, até onde possa alcançar a nossa consciência. Um provérbio chinês é taxativo: “A consciência limpa é a melhor das armaduras”. Os ladrões minam e roubam, as traças a eles destrói. O Canvas do projeto reencarnatório levou Tobias a se regrar, mudar de postura, exalar moral. Já Osvaldo ressuscitava todo dia o carnaval e, iludido, foi devorado pela fantasia da loucura de um simples aditivo que lhe deixava menos pesado, menos estressado e pronto para um novo começo, até levá-lo à lona. Até a raça se soerguer, estarei esperando sentado na beira do princípio, olhando o precipício e avisando que o amanhã sempre pode ser melhor.

 

(Cristiano Jerônimo – 14072021 – Taubaté/SP)


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