Padre Cícero não tem culpa nisso
O povo é que perpetuou seu grito
Lampião também foi lá pra rezar
Fuzilaram seu bando ancestral
Colocaram a bomba pra chiar
Fazendo do anormal, o normal.
Aonde as dúvidas podem levar
No lugar também do anoitecer
O canto maravilhoso dos orixás
Pedi licença para poder fazer
Abençoaram-vos e puderam ir
Sem o preconceito dogmático
Que a igreja nos impõe;
Muitas vezes
Os samaritanos
São seres melhores
Que fiéis de ternos velhos
Com uma bíblia na mão.
Os essênios foram decisivos
Aquele olhar meio perdido
Naquela imensa vastidão
Os céus cegaram, emudeceram
E ele ficou pobre na sua velhice.
Padre Cícero não teve culpa naquilo
O povo é que criou o seu grito
Lampião também foi dançar
Enquanto o Menino nascia.
Perfumaram seu bando principal
Colocaram a bomba para chiar
Tornando o anormal, normal
Aonde a dúvida pode levar
Fincaram acampamento descansado
Num lugar à tarde, hora do anoitecer
Na manhã, foram todos degolados.
(Cristiano Jerônimo – 13012022)
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