(Aroldo Carvalho - PB)
Ela estava triste e ficou muito ‘feliz’.
Tudo começou com a Fluoxetina,
A do milagre, felicidade, no Brasil.
Prozac! Com só um pouco de purpurina
E o cloxazolam, diazepan e Rivotril.
O Diempax, Neozine e mais Ritalina.
Um pouco de uísque e cocaína
E está decretado o projeto de morte.
(Coquetel de vida... Coquetel da sorte...)
A venlafaxina vem fazer sua ‘limpeza’
Com alprazolan para manter a calma
Com omeprazol no estômago, beleza.
Chega paroxetina para debelar o fogo.
Nada debela o fogo daquela menina
Que não virou mulher com a cocaína
Deste todo, o abuso tão precoce;
Chupando balas e lambendo doces
Numa rave desvairada e distante
Um Woodstock sem ideiais e morno
Que não! De tão frio parecia morto.
E já era.
O mais feliz é a própria dopamina,
Comer e andar para a serotonina
Malhar para ficar sempre legal.
De bem com a vida e sereno...
Continuar vendo os venenos
Que escorrem no cotidiano
A boca dos hipócritas falando
E a gente equilibrado respeitando
Até os
Antagonistas opiáceos
Dependentes de opiáceos
Abstinência de opiáceos
Opiácios agora saem pelos canos.
E não entram mais.
Aroldo Carvalho –
Poeta e engenheiro pernambucano.
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