Difícil perceber quando cega
a visão da razão
É fácil entender quais
coisas mexem na alma
Foi, naquele momento não
mantivemos calma
A paz que emana e se
excede bem no coração.
Dois olhos a mirarem na
retina deste destino
Onde possa o menino não ser
apenas o acaso
Sem calçado, vai descalço
e as solas são os pés
Rachados; lisos; sem talco
e voando no ocaso.
Cinco crianças subindo como
as pipas na mão
No ar do espelho d’água
bichos não se afogam
Foi embora conseguir o
cerne do tempo ilusão
Encontrou peixes que mergulham
e se afogam.
Monomotor sobrevoou o céu
azul do Panamá
Balsas escoam dinheiro
sujo no rio da fronteira
No coração, a rainha da
fotossíntese e do natural
Levam as coisas de um lado
para o outro de lá.
Difícil perceber quando a
visão da razão cega
Para entender quais
coisas mexem na alma...
Para saber o que ainda nos
resta desta calma
A paz que emana e excede àquilo
que externa.
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