segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A CRISE CRAZY VAI PASSAR



Como é bom que já é um outro ano
A estação passada estava meio fria
Quando anoitecia, já pensava acordar,
Meus secos papelões pra esquentar.

E como é repetitiva a rua, e tão livre;
A vadiagem também é ócio criativo.
O dinheiro é que não foi bem bolado,
Qualquer um depende de um trocado.

Nas avenidas principais buzinam atenção!
De estar num carro possante e sem tesão
Cada um dá um pouco do que tem em si;
O que é bom pra você pode ser pra mim.

Que bom que vai entardecer e o sol se por;
Mais uma jornada de uma roda giratória,
De agradecer pelo aperreio do trabalho...
E jamais decretar qualquer dívida moratória.

(Essa crise crazy vai passar!!!)


(Cristiano Jerônimo - 2018)

sábado, 29 de dezembro de 2018

Do Sertão e frio



Dignidade, não negocio.
Vaidade é como um fio
De equilíbrio fino e extenso
Cujo corte é preciso e lento.

Como as loucuras da boca
De corpo inteiro e de alma
E ainda quando se acha pouca,
Pede um pouco mais da calma.

Solidariedade, não nego...
Mas a caridade que te falei
Não era parte dos impulsos
que agora eu já não sei...

Os brotos vão nascer pra quem plantou
Exatamente da semente, da terra e da água
Rios e lavouras, gado com pasto, tudo gordo.
Até uma seca severa levar tudo isso a nada
De novo, exigir e obrigar-nos a ter paciência.



(Cristiano Jerônimo)

sábado, 22 de dezembro de 2018

Eu sinto...



eu sinto falta de gritos
e gemidos e sussurros
o som do uno corpo
dois polos de frequência
que nem mesmo a ciência
poderia explicar com exatidão.

cura de amor é como um pão,
se não comer logo, fica duro
só o vinho solta a comedida
atitude de não relaxar no rio.

sinto falta dos teus gritos,
onde estão os teus gemidos?
os teus gemidos onde estão?
Solta aqui no coração dos amantes.

e
‘quem são eles?
quem eles pensam que são?
quem são eles?
quem eles pensam que são?’.

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!!!!!!!



quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Feminil


Você sonha com o que você sonha?
Você vive para o que você vive?
Então, que apareçam tigres e leões
Todos mansos nos seus corações.

Você desenha aquilo que descreve?
Não faça pouco caso nem desdenhe.
Você pinta como flutua nas árvores?
Algo que se imagine, se desenhe...

Você vai para onde você vai?
À noitinha depois que a tarde cai?
Por onde andas quando de andada?
Em Tejucupapo? No meio da mulheres
De tachos e de luta armada,
Que botaram ante famintos colonos
E se tornaram rainhas símbolo do feminil?

domingo, 16 de dezembro de 2018

Olhos da santa e gárgulas da catedral


as santas
são lindas,
e sérias.
têm no olhar
o amor
mais divino
que se possa
encontrar
e se espera.



as santas
são lindas,
e sérias.
têm no olhar
o amor
mais divino
que se possa
encontrar
e se espera.

lindas
as santas.
que olham
que oram
por nós
o amor
inconteste
da vida,
da prece
que constrói
um novo
e lindo olhar.
simplesmente
belo na acepção
da palavra.

sejamos gratos
pelos anos
que vencemos.
estamos vivos
e prontos para
a natureza
da defesa
do instinto
humano
do Poder
soberano
que nos transforma,
todos, em seres melhores;
estes que tanto falamos,
que fazem o bem
sem olhar a quem.





sejamos gratos
pelos anos
que vencemos.

 simplesmente
belo na acepção 
da palavra.

(Cristiano Jerônimo – 15.12.2018)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

a chance de ganhar e a outra de perder (Letra do meu primeiro funk) rs

apaguei o tempo
apaguei o vento
a poeira da estrada
pois a vida né nada
mais que nada que aja
e revire e reaja.
como uma naja
mirando no olhar
um ar ameaçador
de botica e atenta
para o movimento;
E é quando a cobra...
a cobra resolve atacar.

a sereia traz seu alento
mas mexeu comigo por dentro
me levou para o fundo do mar.

não queira mais tristeza
neste Salão;
quem brinca, brinca
com seu próprio coração
por isso, depois então
não vá chorar...
desceu pro play, moçx,
se fudeu, vai ter que jogar...
apague agora o tempo
o vento e a estrada,
porque tudo isso é nada.
e você ainda tem
a chance de ganhar.



(Cristiano Jerônimo)

domingo, 25 de novembro de 2018

vi o futuro e era hoje



eu vi um cabelo branco
na minha cabeça
eu vi um cabelo branco
brotar.

vi que o que ia
já estava voltando
vi que o que vinha
não mais ia voltar.

não vai mais voltar
o que vai;
deixa o que vem.
algo nosso alvo
o futuro é nosso
e de mais ninguém.




(cristiano jerônimo – 251118)

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Para você dormir



Nasce na manhã
Com aquele sutiã
De babados
E rendas pueris
Destes teus quadris;
De mulher novilha
Estrela que brilha
Neste doce carnaval.

Sempre de manhã,
Como uma cortesã
Teus sapatos
Seguem os passos
Que se apagam
Madrugada, matinal
Neste louco maracatu
Que hipnotiza os segredos.

À tarde e à noite,
Finais de semana,
Você descansencanta.
E quando dorme,
Parece uma criança.
Eu amo te ninar;
Pegar no teu bumbum
Para você dormir, te balançar.


(Cristiano Jerônimo – 23.05.2017)

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

U-Matic e Betamax


Eu vendo um DVD
Pra quê? Discos...
Também um HD
Mesmo porque
Nuvens não morrem
Como o curso dos rios
A comodidade das pontes
Nos videocassetes e K-7s.
Os meus disquetes...
Ter que ‘arjiar’.

U-Matic, Betamax,
VHS, Betacam, Super-V.
Nas fitas que gravei
Numa delas estava você
Nos lugares onde fomos
A outros cantos também
Hoje você já voou
E eu criei asas.

Gosto mesmo é de beber
Água da torneira;
Eu quero mesmo
Que tudo seja besteira.
Ser o que sou
E não ser quem eu vejo
A cada esquina, um beijo
A cada etapa, um novo tapa
A cada noite, um dia diferente
A cada passo, uma nova marca.
É infinita essa estrada.
Estamos nela... indo em frente.
Às vezes, sucumbindo.
Mas o rosto sempre sorrindo
Verdadeiro. Não aqueles toscos
Das paredes das redes sociais.




(Cristiano Jerônimo – 13.11.2018)

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Entre as espadas



Vacila entre o novo
E o futuro invisível
Torna-se desprezível
Não agita + o povo.

Escolhe o sal do meio
Mas não conserva amor
Não, não existe o feio
Não, não é real a dor.

Tens aborrecimentos
Vida corrida para assar
Para comer os proventos
Enquanto não sai do lugar.

Se “o novo sempre vem”,
Vamos de encontro a ele
Vamos trilhar como trens
Com altos longos cabelos.

Pele e pelos eriçam-se assim
Como a condição do cheiro
Tuas ancas vestidas de jasmim
E eu me entregando por inteiro.

Esquece o noticiário.



(Cristiano Jerônimo – 12.11.2018 – Recife | PE)

sábado, 3 de novembro de 2018

tirem suas espadas da parede


não esqueçam suas facas
não esqueçam de amolá-las
tire da parede suas espadas
dois gumes de fios, afiadas.

não existe amor na batalha
com ódio de traição canalha
tratam pobres com pedradas
e pegam o poder e avacalham.

das revoluções, os seus segredos
que metem nos fascistas o medo
de cair em desgraça neste século,
e abrir a mente com bom espéculo.

indivíduos que proclamam a morte
cometem absurdos de toda a sorte.
enquanto a gente tão calada sofre,
não há mais independência ou morte?
ou a luta contínua foi de vez dispensada?
a batalha pode ser até bem armada.




(cristiano jerônimo Valeriano – 03.11.2018)

domingo, 21 de outubro de 2018

Poema chulo


Homenagem à Eleição 2018



Os bois me ensinaram a coçar as costas

A posição do sol a revelar qual é a hora

E não dizer o sonho da botija a ninguém

Se a inveja atropela tudo como um trem.



Saber das duas chuvas para a jabuticaba

A utilidade da banha de camaleão na pele

Sonhar com uma água que nunca acaba

E tostar léguas para conseguir boa água.



Canto de “vivi” é certeiro, com tiro e queda.

Vai chegar alguém que sairá de dentro de ti

Para encontrar a ti mesma no pesar das trevas.

Faz as pazes com o Divino e toca o sino sempre.



Conheço de longe e me afasto desta serpente

Me perdoem, algumas pessoas não parecem gente;

Outros, solidários, se animam pra vencer com amor

E agora só acredito vendo. Se tirar onda, aí dento!







(Cristiano Jerônimo – 20.10.2018)



O ninho de cobras precisa ser controlado. Os bancos de ofícios que intoxicam o Brasil  está pra pagar a qualquer custo uma tentativa de supremacia sobre o povo pondo em rico nossa pueril, porém maravilhosa democracia. Uma coisa. O povo ainda vota errado, mas não vai morrer ignorante não.


sábado, 13 de outubro de 2018

Derrama em mim

A cearense de Patos,
Lá na Paraíba, foi me chamar.
Não fui porque amo outra gata.

Que hoje me deixou na ilusão...
Até sexo, eu tô fazendo sozinho!
- Ela está me deixando na mão!

Me solta e me beija,
Peleja, derrama cerveja
Na mesa, em cima de mim.

Não quero mais seus carinhos
Não quero mais seu amor
Nem quero o seu coração
Você não tem pudor.

Mas me solta e me beija,
Peleja, derrama cerveja
Na cama, em cima de mim.







(Cristiano Jerônimo – 10102018 – 6h31)

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sentido adequado


Não resta nada a fazer
A não ser gastar os sapatos
E mergulhar na sola do mundo
De olho vivo nos fatos.

Rodando neste mundo ingrato,
Eu sou o estouro do gatilho do canhão
Trago flores vermelhas no meu coração
Grito, agito, beijo, cuspo mas não mato.

Verbal é a minha verdadeira patente
O meu e o seu universo são tão iguais
Embora a realidade paralela não seja
 E nossos pensamentos se tornem reais.

Fui lá. Aprendi o bê-á-bá de engatinhar
Por favor, me deixe levantar e andar.
O telúrico na terra e o etéreo no ar.
O sangue no tempo a correr e circular.

Sim. Resta muito a fazer,
Ir lá trocar a sola dos sapatos
Correr no sentido adequado
Fazer aquilo o que a gente crê.



(Cristiano Jerônimo – Recife | PE – 09102018 – 17h27)

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Episódios de Maria Filomena



E Marinaldo, Odacir e Seu Geraldo
Botaram a ema pra gemer...

Eu perguntei a Dona Flôr
Qual era o segredo do amor...

Ela me disse que não tem preço,
E reside em qualquer endereço...

Então vamos pra uma dança de forró
Num maracatu batendo virado...

Festa de carne com sabor de pecado
Numa ilha que habita o meio do mar...

Filomena, figura conhecida de todos aqui,
Mostrou a dança e a criança que há em mim.



(Cristiano Jerônimo – 05102018)

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Os dias não morrem



Matar os dias
Não é vivê-los.
Todos trazem
Tudo o que podem.
Belos cabedelos,
Espíritos eclodem.
Eriçam os pelos
Pela nobre ordem.
Labirinto de cabelos
Essenciais na loita.
Quando eu me acalmo
No veludo dos teus pelos.






(Cristiano Jerônimo)

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Meu maior inimigo: eu mesmo




Eu sempre gostei de letras de música. Como se eu não tivesse visto e ouvido besteiras. Eu sempre gostei da catalisação da alma. Entendo que a música transporta e edifica o nosso estado de espírito, quando a sua plenitude se infunde no fundo da alma. Não importa o ritmo nem os arranjos. “Tudo o que move é sagrado”. Eu era diferente e tinha uma inteligência muito privilegiada, mas que me ajudou a mergulhar em ilusões de caminhos que foram difíceis para me reencontrar. Eu devorava ocultismo em 1989. A tábua do acelerador era o céu. Céu que cai. E você se levanta e vê o poder da ilusão. O poder de você sobre você mesmo, como num duelo de duas partes. O monstro não habita na distância, mas no interior da arrogância. Tudo egoísmo, raiz profunda de todos os males. Oxalá, os corações serenos e mansos que estão com um pé no degrau da vida. E eu gostaria muito de poder subir junto, vencendo o meu maior inimigo: eu mesmo.

Sistema social



No cais do caos
Uma mulher com lenço
Abana para um marinheiro
Que seu foi tempos atrás.

Entre ruínas remendadas
Cultura e memória do cais
Do movimento que gira
A roda fria da fortuna.

Que é sempre oportuna
Perigosa como cascavel
Não se bota nada no papel
Nem se deixa registrar.

Metade da floresta já é de pasto
Amazônia brasileira é um desastre;
Querem vender, matar e extinguir.
Não farei de conta que eu não vi.

E, mesmo fazendo toda a sua parte,
O colibri não vai apagar o incêndio.
A história é muito "salutar" e "bonita"
Talvez por isso que o povo não grita.


(Cristiano Jerônimo – 01102018)

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...