quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sentido adequado


Não resta nada a fazer
A não ser gastar os sapatos
E mergulhar na sola do mundo
De olho vivo nos fatos.

Rodando neste mundo ingrato,
Eu sou o estouro do gatilho do canhão
Trago flores vermelhas no meu coração
Grito, agito, beijo, cuspo mas não mato.

Verbal é a minha verdadeira patente
O meu e o seu universo são tão iguais
Embora a realidade paralela não seja
 E nossos pensamentos se tornem reais.

Fui lá. Aprendi o bê-á-bá de engatinhar
Por favor, me deixe levantar e andar.
O telúrico na terra e o etéreo no ar.
O sangue no tempo a correr e circular.

Sim. Resta muito a fazer,
Ir lá trocar a sola dos sapatos
Correr no sentido adequado
Fazer aquilo o que a gente crê.



(Cristiano Jerônimo – Recife | PE – 09102018 – 17h27)

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