Ninguém mais se engana
Todo mundo é tão contente
Agora todo mundo é bacana
Vivem num eterno carnaval...
A gente só tem cheiro,
Admiração e não suporta
O espelho, a taça e a porta...
Eu fugi para te ver melhor
Enxergar de longe a tua alma
Sentir de lá o aroma do teu suor...
Incorporei uma papoula (de fogo)
Não havia nada para ler de novo
Pouco importou do que muito eu vi...
Sou a água que matou a tua sede
Sou o súdito bruto de fruta do teu amor
Sou o som das palhas dos coqueiros
que silenciaram os arredores
da cidade adormecida
pelo respeito à alma do pretos
Nas encruzilhadas e terreiros...
A gente ainda tem a cama
De melhor pra se entender
Se fosse tudo, já resolveria...
Quem tem amor, tem o zelo
Cheira a crina de outro cabelo
Seu cavalo que vai lá te beijar...
Na charrete ou nua em pelo
A égua imponente e seu cavalo
Sempre te admira 1, 2, 3 , 4...
Sou o pão que aliviou a tua fome
De ser um homem no teu amor
Sou o som das folhas das bananeiras
Que mostram onde corre o vento em direção
da bondade eternecida
pelo perdão dos indígenas
Na danças das flechas
Com um arco bonito na mão.
(Cristiano Jerônimo)