TOMVS l
Ah!
Coco bom à beira mar
Ah! A
ciranda feita pra girar
No
ritmo da caixa a cantoria
Vestido
rodado de dona Lia
Rainha
da Praia, reina sozinha
Faz
oferendas para Iemanjá.
A brincadeira
e o brinquedo
Fazem a
vida de um brincante
Nenhum
carnaval é como antes
Nem
quem toma azougue tem medo
Na zona
da mata norte tem lanças
Os
meninos de toga, as crianças
De
geração em geração, o segredo.
Gira o
samba de coco sertanejo
No
Agreste dança o Preto Limão
Eita
estado de poesia em fartura
São José
do Egito e sua literatura
Eleva-se
nas falas da poesia popular
No
Arararipe tem o baião de Gonzaga
Uma Veraneio
corre longas estradas.
TOMVS ll
Um joão-de-barro
faz uma casa duplex
Esculpe
no barro o seu próprio cotidiano
O que
se perpetua de ano a ano e anos
Tal uma
encomenda que não é via sedex.
Nosso irrastreável
pensamento humano
É
escondido e nem mesmo nós acessamos
Às
vezes não estamos no ninho nem no ar
A dança
da conquista é de coração e pano.
Tudo
foi ledo engano, a terra voltou a girar
Giro ao
sol, atrai a lua em sua órbita rente
Espirala
o vapor gigante da nossa via láctea
Conseguem
ver o que está indo e voltando.
O
Universo se retroalimenta nos buracos negros
A
matéria expande a nossa lei da relatividade
No
limite do local aonde chega na beira do caos
Tudo
que está fora e dentro é cristalina verdade.
Tudo é
do Pai!
(Cristiano Jerônimo –
30/11/2023)