quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

‘Sine qua non’ (vida hipotética)



Baby, nem tudo é lindo e de pelúcia

Vamos mudar o mundo nas alcovas

Vamos acabar de vez com as desovas

De semelhantes em situação desigual.

 

Baby, mas nem por isso eu vou deixar

De me abastecer do mundo do astral

E trilhar o caminho daquilo que é legal

Onde possa me reunir e prosperar mais.

 

Baby, o sol é lindo vinte e quatro horas

Queima, mata, fere, incendeia, e anima

É condição ‘sine qua non’ da vida posta

Ilumina desde a chegada até a sua volta.

 

Baby, papai do céu não foi nada culpado

Apenas o trenó estava com o freio puxado

Crianças não puderam receber o seu noel

Adultos resolveram não acender lâmpadas.

 

Baby, uma estrela brilhou mais que esfuziante

Todas as estrelas piscaram no mesmo instante

Formou-se uma Cabala com as rotas numéricas

Sem entrar numa dimensão de vida hipotética.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 07012021)




quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Das invasões (Pé na lua)



Curandeiros das Américas

Feiticeiras da Península Ibérica

Mortos numa inquisição sem regras

Terra que não podia ser esférica.

 

Falaram comigo a respeito.

Falei sobre o templo da televisão

Para formarmos novas cabeças

Sensíveis e sendo com o coração.

 

Vêm os inexplicáveis algoritmos

Definindo até mesmo a nossa cor

A cor da aura e possíveis exames

Verdadeiros escâneres de vidas

Sentem até mesmo a nossa dor.

 

Pague sempre o seu pedágio

Ao colocar o seu pé na rua.

Fique atento aos presságios

Mantenha-se um pé na lua.

 

Nossos sistemas e aplicativos

Memória Cache, outra Ram

Irão atrofiar o nosso cérebro.

Nós que temos que expandir

Sempre a nossa própria alma.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 2021 - Brasil)

domingo, 3 de janeiro de 2021

Muita luz!



A estrada e o tempo

Trajetam o mesmo querer

Geograficamente

Eu te amo sem a tua presença

Tão cristal e aço decisivos

Que é presente nesta ausência.

 

Nem a estrada nem o tempo

Mudarão as nossas rotas

De encandear o caminho

Na noite sem lua da escuridão

A lua clara nas noites

A luz do sol do amanhã

E da parte mais profunda

Que podemos ver e crer.

 

A gente já conhece

A gente até já viu

Preciosa insistência

Com o anjo que caiu

De cabo a rabo em tudo,

Eu sinto muito do lado de cá.

Deve ser engano.

Tomo conta de jardins.

Destes que ficam fechados

Com gradis.

Eu não posso sair.

Muita luz!

  

 

(Cristiano Jerônimo – 25112020)

Na valsa sem grilos



Eu já pensei, um dia,

em morar onde você mora.

mas veja você

a ousadia das coisas.

 

De peito aberto

coisas e gestos

muito pé no chão;

coisa difícil pra quem voa.

 

A vida só tem um ninho

no mais é batido de asas.

 

Teve um dia no qual pensei

nos desdobramentos das coisas

Reveladores do que não é

Reforçadores do que são

Balizadores do futuro...

 

“O futuro a Deus pertence...”

De repente é a saudade latente

Acalantado por estar presente

O amor descrito por São Paulo.


Eu já sonhei em morar

aonde você mora

outra vez foi você morar

comigo, um dia...

 

O guia sugere ir de devagar

na inteligência do tempo

nas viabilidades necessárias

nas ondas que podemos surfar.

 

Cada etapa de um projeto de vida

Campo “psico vital” da percepção

Projeto coeso para o bendito amanhã

Ter a certeza das coisas que não sabemos

E a impossibilidade de formar uma opinião

Já que a certeza é uma sinuca de bico

Incerta se não parar de se retroalimentar.

 

(Cristiano Jerônimo – 03012020)




Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...