quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Santos de todas as baías



Em Jardim Apipema
Projeto meu amor
E assim, mesmo barra
Mudo de muitas casas
Crio as preciosas asas
Que me ajudam
A sobrevoar
Os campos da destruição.

Guinei!

Brisa nostálgica de Arembepe
Chegamos à Mata de São João
Olhos brilhosos da Praia do Forte
Lembrança serena dos ventos amenos
Soprados na magia do Morro de São Paul
Uma esteira e uma rede, uma cama de casal
Longe do agouro da lagoa do Abaeté
Com muito tutu, caruru e acarajé
Pimenta pra saber quem é que é
E feijão branco para dar sustança.
Casa de farinha, tapioca e beiju
Lambreta, pititinga e abará
Eu estou na Bahia
Lembrando os tempos de criança,
Meu amor.



(Cristiano Jerônimo – 14022019)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Soneto da liberdade

 

Porque sou poeta e amo a excentricidade
de umas coisas que a outros não convém,
ando sempre a incorrer na hostilidade
dos mil cretinos que esta cidade tem.

Já as mulheres, que pena,
muitas detestam-me também.
É que eu dou carinho, na verdade,
Mas não enfeito o pandeiro de ninguém.

Decerto que não sou nenhum portento
Mas sei que tenho um pouco de talento
E louvo a Deus que altivo assim me fez.

Vós, se me odiais pelas minhas mil venetas,
Deixai-me em paz com as minhas costeletas,
O meu cigarro aceso e o meu cachimbo inglês.

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...