sábado, 13 de novembro de 2021

Área feita por Deus

 


Procurando enquanto já era

Maturando o que não é ideia

Foram tantos castelos de areia

Foi ouvir o canto de uma sereia

Para poder aprender a navegar.

 

Calculando o que o tempo lhe deu

Matutando e caçando o seu meio

Metade dele já estava parcelada

Caiu velho jogo, na mesma “caçada”

Sem prestação nem intercaladas,

Para poder aprender a ter e se gerir.

 

Entendendo a ponderação da atriz

Insisto em concordar que bananas

São excelentes fontes de potássio

Lá na venda da Praia do Inácio

Nosso programa preferido é água.

 

É meio hidrogeniônico o nosso problema

Falta água para plantar e poder aguar,

A única forma de viver naquele semiárido

É se adaptar aos extremos climáticos

É juntar para comer num futuro incerto

Do tempo daquela área feita por Deus

E quanto tempo ainda falta para chover.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 13112021)

Vida sem sal



O relógio andou

porque relógio anda

o relógio parou

e andou na ciranda

na roda gigante

dos meus pensamentos

sei de mais, sei de menos

eu não sei de nada ainda

sei que gravei cada canto

                        da estrada

indo te buscar lá bem longe

indo te encontrar no nosso lar

nem a esfinge pode explicar

a roda da fortuna girando

como tudo tem o seu preço

tem cadastro e endereço

para poder entregar;

televisão na universal

e um feijão de vida sem sal,

inchaço populacional.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 13112021)

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Galo do mestrado



A vida seria uma rinha de galos

Com tumultos e disparos

Os galos dominando terreiros

Lutando contra os companheiros

Que, simplesmente, eles matam.


O galo mais forte da Indonésia

propriedade do marido de Nésia

É um exemplo de ser como ser forte

Ser ave robusta é vencer de verdade

Um galo moribundo vai à panela

Com os poderes das trevas

Em um temperamento balinês

Alegria só com quem venceu outra vez.

 

Merece mais um dia de silêncio

                                                     Toda vez.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11112021)

Olhar para os céus



É melhor uma língua presa

do que não poder falar

cegos felizes atravessam

escutam o som do caos

do verbo calar, o mudo

desprovidos de escudos

selva de homens maus

peso nas costas carregam

reserva de seres amenos

a parte que não vemos

aquilo que não queremos

que não seja o que temos

a roleta vai começar a girar

recolha os seus diamantes

todas as pedras preciosas

para quando morrer levar

alimente sempre a sua alma

agora é preciso muita calma

a riqueza está longe nos céus

e nada escriturado no papel.

 

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11112021)

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Alma viva


Vivalma aproxima-se do motor

Vivalma vive sempre a sua flor

Na vaga memória do computador

No alto voo nos Andes do condor.

 

Nas elastinas da moral vigente

Alienação do Oriente ao Ocidente

Vista turva ante porcos eloquentes

Que querem explodir tão somente.

 

O mais astuto diz que é um crente

Com história de família decadente

Toma remédio para ser consciente

Mas seu caráter é nítido, só mente.

 

Vivalma aproxima-se da aeronave

Para entrar em um novo conclave

Todos procurando a mesma chave

Escondendo sempre a outra face.

 

Foi no tombo que ele sobreviveu

Espécie rara pensando em Deus

Que não seria o mesmo que o seu

Uns essênios, os outros fariseus.

 

Os bilhões do espaço nas ciências

Tal português pedindo indulgência

Fazem pouco da pouca inteligência

Não veem o sentido desta existência.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 09112021)

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Qual o seu lado...



O fruto inocente que dá no cacho

as grotas que formam os riachos

além das fêmeas e dos machos

mais do que eu penso ou acho.

 

As palavras são expressões da alma

a vida pedindo um pouco de calma

o que vi explodir na mão da palma

um imenso tom azul do cataclisma.

 

Da árvore boa, apenas bons frutos

da planta que é má, muitos lutos

não virão de sementes, produtos

os ‘melhores’ frutos do absoluto.

 

A cabeça pensa mil coisas agora

e nas mil lembranças de outrora

você leva você com você embora

a vida então capricha nas esporas.

 

Cicatrizes de enormes aprendizados

olhando com a força dos encantados

nós seres humanos somos obrigados

a decidir, afinal, qual é o nosso lado.

 

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 08112021 – Taubaté – SP)

Da velocidade e da alegria


Quando se vai

Tudo é estrada

Quando se vem

É estrada também.

 

Estrada que vai

Rodovia que vem

Um carro que cai

A fumaça do trem.

 

Cascalho da praia

Tempero de sal

Não me diga que saia

Quando afastar o mal.

 

Moinhos d’água e vento

Força e energia raras

Hipnotizam pensamentos

Invadem as nossas casas.

 

Em comunhão com o tempo

Todo espaço muda um dia

As massas geram os ventos


As ventanias e o mensageiro

Que fica calado sem o vento

Esperam o melhor momento

Para encantar-se por inteiro.

 


                                                        (Cristiano Jerônimo – 07112021 – Taubaté/SP) 

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...