sexta-feira, 1 de março de 2024

Desafio de viola com Deus



Eu sou o calango que voa

Abro portas e janelas

Fecho se não convier

Depende do calor

Ou do inverno frio

Não deixo o que a vida quiser.

 

Quando eu me arrepio,

Sou iguana passando

Um camaleão de folhagem

Um espinho de juazeiro

Um mergulho flecheiro

No poço do açude

Eu não nasci...

 

Para ser de um jeito só

Eu nasci só para ser

Do meu mesmo jeito

Corro como a seriema

Como um veado campestre

Uma hora perco a pena

E vou-me embora...

 

Porque sou cabra da peste

Não vivo só há 50 anos ou mais

Desafio de viola entre Deus

E um outro rapaz,

Sou portento com talento

Tenho dúvidas recorrentes

A verdade não é uma semente

Que se planta todo dia

Que não cresce pelo vento.

 

 (Cristiano Jerônimo – 29.02.2024)

Recife!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

As letras ficam


Ah, as estações

Sempre o trem

Vai e vem

Quem não desce

No mesmo lugar

Porque não aparece.

 

Ah, rodoviárias

Rodovias de ar

Velocidade média

Sem ter a rédea

Sem nos puxar.

 

As boates loucas

Dançam, dançam

Mulatas e loiras

Andam e andam

Numa passarela

Que não vai chegar.

 

A vida é muito curta

Para ficar de paletó

Vem aquilo que jura

A minha garganta

Está sem o nó

Amarras de nada adianta.

 

Sigo o meu caminho

Não peço que me sigam

O homem vai

E as letras ficam...

 

Ah, as estações

Sempre o trem

Vai e vem

Ninguém desce

No mesmo lugar

Porque não desce.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 26.02.2024) 

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...