sábado, 16 de janeiro de 2021

Ritmo de algodão

 

Sonhei com as cidades tecidas de nobre algodão

Aviamentos dos cérebros deste novo tempo e era

Agulhas das minhas sérias vertigens do coração

O ser de errar que é humano em cada um de nós

Tudo aquilo que não cala e engole a nossa voz.

 

Vi tantas pessoas indo embora antes do tempo

E diziam: - cabra da peste, assim tu vai dançar;

Toca aquela música para lembrar-se da amada

E toca outra para mim, que vou cair na estrada

Vou ver o vento soprando num calor de rachar.

 

Companheiros de rapadura e farinha nas picadas

Sempre andando bem longe de todas as estradas

Pelas veias e oásis da caatinga desertificada

Carregando consigo “coragem, dinheiro e bala”

A voz que muito fala é a voz que sempre se cala.

 

Carregando consigo, enfim, o seu previsível fim

Tantas guerras para todos perderem ao final

Tanta valentia, valendo a cada dia só o seu mal

O velho hábito dos duelos agora se dissipa bem

Os conflitos se resolvem na causa e efeito, além.

 

As novas gerações trazem paz e luz em sorrisos

Prontas para agir como o mundo pede e merece

Desencantadas e tão azuis, brancas e douradas

Enxergam até as verdades que estão camufladas

Veem o mundo mais nitidamente, como ele é...


Recebemos agora uma luz mais intensa do sol

Nosso Astro Rei mais próximo de todos nós

Aquele enxergar que não enxergávamos antes

O tom mais comedido e suave que sai da voz

Tudo luz e cor, beleza maior que os brilhantes.

 

(Desde a roupa bonita, até a beleza do infinito...).

 

 

(Cristiano Jerônimo – 15012020)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Plantio da terra

 


Acordes perfeitos ao que se quer cantar

Concretas colheitas no plantio da terra

Água no riacho perene dos verdes vales

Enquanto as ondas soam vento nos mares.

 

Cálculos sistemáticos para erguer a obra

Matemática para ser exato e bem preciso

Quem se acrescenta não pede nem cobra

Precisa formar a paz do amor mais bonito.

 

Da mesma pedra, voaram três asa deltas

Uma embicou e caiu em direção à terra

Outra abriu, mas enroscou e padeceu

A terceira viu o milagre só de aterrissar.

 

Tem algo guardado dentro do coração

Que nos acompanha durante a vida

Sem ser chamado, sem ser previsto,

Aquela eterna adrenalina da paixão.

 

Lado a lado, pra frente caminho andado

Na esquina, só dobrar se for para ir

Pelas ruas o povo anda e sorri

Procuram seus lindos bordados.

 

E eu, que administro no peito a saudade?

E que não sou nem daqui da cidade?

Diferenças percebidas e processadas

Diferenças limpas e bem dissipadas.

 

O contrário é o que ajuda a preencher

Os semelhantes é que sempre se atraem

Seres que estão numa mesma faixa

Vibratória podem entrar em harmonia.

 

Dadas as mãos pelas ladeiras do casario

Em cada canto as tuas cores são flores

Alma e corpo para nós vivermos de amor;

Nadando ao mesmo lado no fluir do rio.

 

O que vem da terra são as raízes

O que vem dos céus são mãos de luz

Que nossos alcancem e cicatrizem

Deus nos criou para sermos felizes.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 140120210 – Recife – PE)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...