sexta-feira, 1 de julho de 2022

Moeda


Eu sou da terra dos yang’s

Velejo pelo misterioso mar

O sertão não tem mais água

Nem mais ninguém para regar

O fogo molda o lado do tempo

Líquido vivo que corre na grota

O fogo se alastra com o vento

Queima as solas das minhas botas

A fotossíntese foi programada

Para não dar trabalho a ninguém

A estrutura é toda automática

Contudo, tratada com desdém

Eu estou em território dos in’s

A equilibrar minhas antíteses

Que não têm meio nem fim

Rígidas como as marquises.

 

[Passei... Passsei por lá

Tava quente, calor de lascar

No outro lado,

a neblina e o frio

foram agasalhar].

 

(Cristiano Jerônimo – 01072022) 

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Algodão virgem


Não fui de barco

Fui de avião...

Terra, água e fogo

Voar não é em vão

Seu tênis com o meu sapato

No mais agudo da neblina

O teu sorriso de menina

Aquecendo o meu frio devagar

Depois, aquela estação de trem

Com tantos caminhos nos trilhos

Dormentes em enumeradas direções

Discretos tomamos café da manhã

Fazendo isso todos os dias da vida

Dormiremos em travesseiros de lã

Com almofadas de algodão virgem

No chão da mata fechada e úmida

Macio e cheiroso, uma real vertigem.


(Cristiano Jerônimo - 27062022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...