sábado, 6 de maio de 2023

Tudo o que é óbvio





Aquele seu vestidinho

De cambraia de linho

Acalmou o mar revolto

Esfriou o ardente fogo.

 

Já te vi suar em bicas

Mas não lembro mais

Já te vi rosto a rosto

Sobre mim muito mais.

 

Saudade do que seria

Feliz de estar bem em si

Não sendo o que queria

A tua fala faltava em ti.

 

Havia ódio, ranger de dentes

Havia muito amor, suficiente

Sem implorar e sem implodir

No mais, ficar sem ter onde ir.

 

Se joga na busca pelo outro

Presta mais um pouco de atenção

O irreal deveria ser banido

O sonho precisa ser dormido.

 

Acordado em utopias, eu te vejo

Tudo. Nada mais do que eu queria

Se tu não és somente desejo

O verbo amar conjugaria aMaria.

 

Gente junta, gente mais e mais distante

Gente que ama e infla as toxicidades

Revelando as faces mais cruéis de antes

Sem uma opinião para tudo que é óbvio.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 05052023)

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Para os apóstolos da atualidade

Imagino a cena dele pensando: isso é um bando de otários.


Falsos profetas

Ganham dinheiro

Para mandar

O curandeiro

Direto pro céu.

 

No paraíso

Entra primeiro

Quem paga a folha

Do ano inteiro.

 

Estás sem dinheiro

Não fique triste

Se não puder

Acima, Deus existe.

 

Temos água do Jordão

Unção do suor do bispo

Fazemos cura até pra cura

Usamos bem o seu dízimo.

 

Há bancada e emissoras

Para desafiar o estado laico

Suas propostas são ‘promissoras’

Não vi nenhuma além dos lábios.

 

Fui lá ouvir a palavra de Deus

E os fariseus ofereceram o céu

Fiéis abastados em um dia

Pirulitos num boleto de papel.

 

Depois de botar grana no chapéu

Ou receber cachê para dizer

Que foi curado e garantiu o céu

É preciso muita fé para se crer.

 

Donos de televisão lá no senado

Tudo para manter o seu poder

Manipular fiéis para o seu lado

“Milagrando” para ter sem ser.

 

Robô do desespero do incauto

Inocente como um velho cão

À procura de qualquer retalho

Que lhe traga a paz, céu e pão.

 

Este é o retrato do cinema mudo

Que corre nas veias dos dias maus

Procuram qualquer coisa em tudo

Recebem o ouro e oferecem o céu.

 

Indulgências modernas, antigas

Nada que não houve tudo antes

Vendem até uma surra de urtiga:

Como remédio para dor, relaxante.

Vixe!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 05052023)

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Maior paixão e amor


                                                                                                        Dedicado a Andréa Pereira, Vida!

Abrir as portas

Ver nas janelas

Se é mesmo ela

Que vem formosa

Vem tão charmosa

Seus cabelos voando

Com seu sorriso largo

E o seu rostinho

De sensibilidade

De afabilidade única;

Eu vou pintar as ruas

Do azul do poeta Pena

Aqui como no céu, seja

Caminhar todo de azul

Pintar meu cabelo blues

Olhar-me no espelho

E ver que tu és

A minha maior

Paixão e Amor.

 

 

(Cristiano Jerônimo Valeriano – 04052023 – Cidade Maurícia)

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Decolonialmente

 


O que a tevê mostra

O povo logo endoida

Entra numa loja

Faz uma Perestroika;

Nos Estados Unidos

Acabar de colonizar

O mundo do dinheiro

Não serve parte, só inteiro

Na vida dos carnavais

Tudo essa tarde é para passear.

 

Hoje nasceram tartarugas no lago

Efluentes do pensamento humano

Sanitariamente empobrecido

Navegar por lá sem ter tom...


O que o browser capta de nós

Algoritmos em despensamentos

Tudo no caminho de fora pra dentro

A propaganda com 'bons' argumentos

E a fantasia de sempre se sentir feliz

Não condene na rua aquela meretriz

Não a julgue no sinal, não comente

Cada pessoa é um tipo de gente

Cada uma delas, uma eterna pessoa

Pra saber que pode e a vida é boa

Digitalize o robô do seu start stup

Imprimira tudo dentro do HD

Pense agora haver um novo mundo

Decolonial sem o seu passado oral.

 

  

(Cristiano Jerônimo Valeriano – 03.05.2023)

terça-feira, 2 de maio de 2023

Reflexões ao Sul

Nem tudo o que

não se pode saber,

eu não sei...

 

De tudo o que

É possível fazer,

Eu faço...

 

Sem estardalhaço

Galopando na avenida

Viro o lado e viro a esquina

Rodeado de espantalhos.

 

Nem todo brilho é de ouro

Dura a pedra do diamante

Gargalhando para Dante

Esperando um bom tesouro.

 

Nem toda vez é mel ou fel

A vida é máquina de aprender

Sem ter tinta e nem papel

Há um ponto médio no meio.

 

Se eu soubesse o preço

Pagaria tudo de novo

Se desconfiasse da vida

Usaria a Fé sendo probo.

 

Poderia ter feito até mais

Cotidiano não trouxe paz

Centelha que faz não pensar

Tempestade que tira do lugar.

 

Não paramos para entender

O porque... Para quê? Senão

O último tempo não serve não

O tempo justo pede a atenção.

 

O espinho fino da jurema-preta

Fere tanto quanto do mandacaru

O espinho daquela linda roseira

Perfuma e espeta de norte a sul.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 02052023 – Hellcife)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...