sexta-feira, 14 de abril de 2017

Confeito do Santo Amarão

Não sei mais se corro da polícia ou do ladrão.
O Estado garante o discurso para a população.
Sinto efeitos, ouço “quem são eles?”.
“Quem eles pensam que são?”.

Porque a bala é de borracha, mas mata.
Sob o comando de qualquer tirano.
Que se esconde atrás de uma farda
E não entende nosso direito de lutar.

A bala foi mirada no sexo do rapaz,
Que levou tapa na cara depois de ferido.
Seria tudo muito corriqueiro e em paz,
Mas a revolta da família e amigos reunidos.

A banda podre entra nos becos das comunidades
Desde quando eram veraneios, preto e branco;
Fuscas com uma sirene ligada em plena operação.
A padaria, que era boa, dava lanche aos soldados.
Que matam quem querem com munição do Estado.

Aliás, pra que servem os soldados formados pra morte?
O que os investimentos no espaço resolvem de concreto?
Quanto custa – todos têm que ter – uma ogiva nuclear?
Qual o segredo da realidade que habita em nossa mente?





(Cristiano Jerônimo)

domingo, 9 de abril de 2017

Terra firme



As cartas náuticas
para mergulhar.
pessoas não têm;
elas são enigmáticas.

as bússolas indicam
a direção das barcas,
das antigas caravelas;
coordenadas do navio.

Os mastros do vento
da vela que leva no mar.
A embarcação lusitana
E uma cigana escondida.

Como era navegar no mar
imenso e revolto em 1498?
Quando estavas lá à deriva,
pedistes ajuda aos outros.

O mais é aportar num cais
e sentir a segurança de estar
num lugar de passagem
mas com ar de terra firme.



(Cristiano Jerônimo)

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...