não
adianta querer
morrer
duas vezes
não
dá.
uma
morte nunca bate
em
duas portas
na
mesma hora
para
você e pra mim.
não
há tantos mortos vivos
que
adentraram pela vida morta
tendo
de resto, um grito!
e
um silêncio que se abate
sob
as formas, sob os buracos
das
negras ilusões das galáxias.
sem
tempo, espaço, paralelos
o
rio de janeiro se mudou para lisboa
parece
que é lá que as coisas
que as coisas estão boas.
amante
ama assim a amada
até
que um dia pega a estrada.
coração
é para bombar, bombear
dizem
que a vida segue
e
segue mesmo a andar.
porque
modelos quadrados
não
encaixam em manequins
desenhados
e redondos
abandono
sem cuidar dos jardins.
não
adianta morrer duas vezes
porque
só conta uma
e,
enquanto viver, antes do fim,
impulsione
sua punção de vida
não
fique triste, jamais deprimida
tudo
pro alto na hora que precisar
reconstruir
a invenção do nosso eu
e voar...
e voar...
(cristiano
jerônimo – 30062019 | recife | pe | brasil)