sábado, 15 de abril de 2023

Os canhões da Rússia



Se é pra falar de amor,

eu não sei.

 

Não me custa tentar,

pois é lei.

 

A lei do amor

obedecida.

 

A lei do amor,

infringida.

 

Relação carcomida

nos percalços da vida.

 

Sentado e de cabeça erguida

vejo estrada na zoada da poeira.

 

Foi debaixo de um pé de aroeira

que eu vivi quase uma vida inteira.

 

Se é para falar de nada

é melhor não falar.

 

Os ouvidos são os olhos da alma

os olhos são a fala do que se cala.

 

Os motores e canhões da Rússia

não foram feitos para casos de amor.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 15042023 - Manguetown)

sexta-feira, 14 de abril de 2023

O zelo com a alma


Poemas no celular

Poesia ao celular

Rios se encontram

No mesmo mar

A vida é para amar

A alma branda

A luz irradiante

Todo dia a brilhar

Incandeia a todo o instante

Letras, aquelas recordações

Trouxeram uma lição a cada dia

Desenharam um coração

Negaram da vida a emoção

Já depois de certa idade...

Fomos buscar a felicidade

Nos aeroportos

Da vida que levamos

É para onde vamos

Os sonhos e portos

Sonhar feliz faz bem

Entender primeiro

O cheiro do próprio cabelo

Tudo o que puder se olhar

Nada mais do que isso

Está caindo chuviscos

Preciso me abrigar...

 

 

Cristiano Jerônimo (14.04.23)

A cilada de João e Maria



Abelhas fazem mel

Teus olhos de mel...

Não sobrevive um zangão

Em sua cópula, ele afeta

O pulsar do próprio coração;

Zangão, aproveita a tua vida

A morte é certa e vem lhe ver

As abelhas fabricam o mel

Que adoça os teus cabelos

Caminhos de um doce chão

A casa de Maria e de João

Uma casa de fantasia e doces

As abelhas foram lá e comeram

Levaram todo o doce que havia

Nunca mais rolou João e Maria.

 

 (Cristiano Jerônimo – 14042023)

Caçando caminho nas grotas


Enquanto a gente ainda procurar

Nos outros, a nossa responsabilidade

Razão das nossas reações ante o medo

Aventuras incertas dentro da sinceridade.

 

O outro é nosso espelho diante de nós mesmos

Foi difícil olhar primeiro para si e ver os outros

Havia várias pessoas com o comportamento soberbo

Uma pessoa de muita vida, juventude, cultura, poesia.

 

Mas a sapiência vem no tempo em que se é mais menino

Nos primeiros perrengues da vida e no medo dos castigos

É por isso que carrega consigo o terço da divina esperança

Que o Pai Divino interceda abençoando os nossos inimigos.

 

A vida não é bem como o livro Crime e Castigo, de Dostoiévski

O amadurecimento vem com, dor, amor, e desafios de sobrevivência

Sempre abismado com os avanços e novidades da nossa nobre ciência

Aquilo que o ser humano registra há milênios, apura e sempre escreve.

 

Enquanto a gente ainda procurar os pelos nas cascas lisas dos brancos ovos

Estaremos distantes da verdade que fica numa dimensão ao lado, na realidade relativa.

Ao lado da matéria e da alma que renascem em plumas no céu de anil cor de blue o amor.

O silêncio, a fala, a atitude serão preponderantes para sempre em nossas vidas.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 14.04.2023)


“O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e para um coração profundo.”

“Quanto mais astuta a pessoa, menos ela desconfia que vai ser apanhada com uma besteira. É preciso usar exatamente a coisa mais simples do mundo para se pegar o esperto.”

(Dostoiévski)

quinta-feira, 13 de abril de 2023

O escopo da vida (a gratidão do espaço)



Quem pensa que a vida é brincadeira

Pode se assustar e ser surpreendido

Há quem pague muito caro para ver

O elo da vida que era luz tão perdido.

 

O vento estava tão frio, só era esquentar

Mas o gelo que esfria a alma fugiu ao ar

O fogo foi quem esquentou no mar a alma

A vida não é brincadeira para a calma.

 

Desde a última grande e nova descoberta

Ninguém dorme mais de janelas abertas

Na ilha da fantasia, tudo pode todo dia

Até lá o mar revolto e espumante reina.

 

Dizem que quem dorme com morcego,

Acorda sempre de cabeça para baixo

E quem vive com o estigma do apego

Só pouco imagina a gratidão do espaço.

 

Rebeldes são as coisas normais inusitadas

Um dia de paz nos territórios dos morros

Noutro dia, multidões, incêndio, barricada

Se talha a vida o cidadão com seus escopos.

 

 

(Cristiano Jerônimo Valeriano – Recife-PE)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...