quinta-feira, 25 de abril de 2024

Algum paradoxo



Só sonha quem tem fé

Só chega quando anda

Olhar só da varanda

Não gasta a sola do pé

Ser sempre muito forte

Não contar com a sorte

Focar naquilo que quer

Cintilar com discrição

Ouvir mais o coração

Quando a voz turva vier

Seja o homem ou a mulher

Seja outra forma de amor

Corta o umbigo desta dor

Perdoa o teu tão próximo

Longe demais e tão perto

Mantenha o coração aberto

Arrisque algum paradoxo.

 



 (Cristiano Jerônimo – 25042024)

terça-feira, 16 de abril de 2024

Vamos conversar



Pela primeira vez,

Vamos conversar

Nossos diálogos

Sem monólogos

Ouvir a alma da voz

Se precisar explicar

Que fiquei sem saber

Eu não entendi

O som distorceu

O real virou abstrato

Num luto longínquo

Deixou experiências

E muito aprendizado

Se me perguntasse

Eu diria que queria

Viver ao seu lado

Embora preserve-se

O amor e o respeito

Pelo outro próximo

Tudo o mais, o tempo

Dirá do alto infinito

O que se aprende

Nos aprendizados...

 

 (Cristiano Jerônimo – 16.04.2024)

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Além dos bondes



Acaso é o nosso coração

Asas acima dos bondes

Barcos por cima das pontes

Uma patativa e um rouxinol

A energia que se move no sol

Evaporação que limpa o mar.

 

Pedi minha cabeça de volta

Nos flamboyants vermelhos

No navio que era uma ilha

No limite dos meus espelhos.

 

Olhos para dentro da mente

Dentro da gente é só vibração

Coração não bate por acaso

Nem por acaso é um coração.

 

Cortes nas águas cristalinas

São inocentes como meninas,

Como meninos, pensar é ser

Qualquer um pode ir lá e fazer.

 

Aquilo se fecha com os olhos

A coragem de seguir o rumo

A luz do vagalume é verde

Viver tem mais suprassumo.

 

 (Cristiano Jerônimo Valeriano – 11.04.2024) 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Dentro de nós



Glória!

"Glória a Deus nas Alturas

E paz na terra

Aos seres de boa vontade".

 

Nossa misericórdia

Não virá da discórdia

Mas de quando conseguirmos

Colocar o amor à frente de tudo

Ao aprendermos a ficar mudos

Aos hábitos de orar e afastar

Todo o mal que traz a terra

A nossa natureza pecaminosa

Na misericórdia que pedimos

Para clamar ao Alto perdões

Na bondade da retidão eterna

No paramátima do coração

Do nosso que está em Deus

De Deus que está dentro de nós

Ainda que peçamos mil perdões

Outros mil estão a nos esperar

Pela manhã, à tarde e à noite.


"Glória a Deus nas Alturas

E paz na terra

Aos seres de boa vontade"


 (Cristiano Jerônimo – 10.04.2024)

terça-feira, 9 de abril de 2024

Histamínico



Coração histamínico

Defende no mínimo

Alergias contrárias

As contrárias do amor.

 

Chakras cardíacos

Poder afrodisíaco

Poder afrodisíaco

Mas sem razão...

 

Se o fundo do leve

Fosse o fardo do ido

Não era tão querido

Onde eu sigo e vou.

 

Uma pena de prisão

Arrogada pelo mando

Não se sabe até quando

Vai a condenação...

 

Também pouco importa

A babosa é planta de cura

O resto é pura frescura

Do vazio que há na porta.

 

Da ansiedade que controla

Pensa na chuva que assola

Pois molha as terras, coração

O frio pede calor e emoção.

 

Ela não precisa de nada

Nem de homem ou mulher

Anda só na mesma estrada

Não faz aquilo que se quer.

 

Dependente do tudo na vida

Não vê sua independência

E depende sempre da ciência

De alguém que está por trás.

 

A Cremogema é uma papa

Das mais gostosas...

Mas tem amido e glúten

Minha alma não suporta.

 

Infeliz de quem se foi...

Acomodado na mentira

Trazendo para a briga

Quem não atura o que se foi

O que jaz no gado manso

É comer o coração do boi

Gado manso para o abate

Onde vês mas não chegastes.

 

Cristiano Jerônimo Valeriano (09.04.2024)

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Libertas Mañanitas



Alguém me liga

Eu me acordo

A linha cai

Era onírica

Prosopopeica

Um coração

Com amor

Eu me levanto

Subitamente

Sonâmbulo

Procuro em vão

Os teus cabelos

Elementalmente

Melhor não os ver

São sonhos de paz

Sem qualquer medo

A construção da vida

Pública e de segredos

É filmada todos os dias

Não dá tempo editar

Nem mesmo cortar

Porque tudo já está

Na memória do tempo

A vida é ao vivo

O limbo é o limbo

É sal, açúcar e luta...

Lições e Providência

O que se tem de bom

As pessoas erram

Mas também acertam

Capazes de entender

Que essa conversa foi

Ao telefone e dormindo

Mas, acordar nos liberta!

 

(Cristiano Jerônimo – 04.04.2024)

terça-feira, 2 de abril de 2024

Semana Santa



Vai correndo

Buscar a paz

Tira por menos

Nada demais

Abençoa o amor

Nas asas de um condor

Nos parapentes altos

Vai correndo

Buscar o seu cheiro

Que o ser humano

Tem no fundo para dar

Nunca deixe o teu olhar

Dizer que não sabes

O que foi que aconteceu

Levante-te sempre mais

Com humildade e freios

Luta pelos teus anseios

Vives para poder amar

O coelhinho é tão lindo

Mas Jesus é muito mais.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 02.04.2024)

domingo, 24 de março de 2024

À procura do firmamento


Disseram-lhes

Que eram sérios

Com juramentos

Plateia em silêncio

Fizeram-se de justos.

 

O mundo está mesmo em silêncio

Mas há de voltar a falar...

Rio na represa também vai ao mar

Certeza de que a vida vale mais.

 

Para quem acredita em poetas

Busque as frases incompletas

Uma bolinha miudinha está lá

Ela faz quando chover, brotar.

 

O sol e todo o firmamento

Fruto do consumo cotidiano

É uma possibilidade de cura

Para quem está procurando.

 

 (Cristiano Jerônimo – 23032024)

sexta-feira, 22 de março de 2024

Que a vida faça jus



O mestre canta para cantar

Sua honra e sua história

Seus deslizes e suas glórias

Rio corre é rio o mar............

 

Feito no tempo de criança

Meninos correndo, lampejos

Se tu tolhes os teus desejos,

É porque perdes a esperança.

 

A linha acima do olhar

O café esfriando na mesa

Uma vida inteira em esboço

Com mais sutileza e pouco tento

No brilhar da água da cacimba

No desenho do raio no céu

Do relâmpago e do trovão

Na aridez desta seca

Nas terras do nosso sertão.

 

Feito o tempo de adulto

Como a vida é sendo só

Quando a alma dá um nó

E já não há mais indultos.

 

A roda gira para cirandar

O tralhar das caixas

Canta som na beira do mar

As pedras se encaixam.

 

Chuva! Lavando a alma

Uma planta brotando

Duas flores no cabelo

Com um olhar brejeiro

Metropolitano, um blues

Citadino, cidadão de tudo

Saber até escutar o mudo

Para que a vida faça jus.

 

 (Cristiano Jerônimo – 22/03/2024)

quinta-feira, 21 de março de 2024

O sentido da cidade



O meu cavalo está sem cela

Mas sei cavalgar em pelo

E pelo que eu saiba

Montamos para cair

Andamos para levantarmo-nos

Touro brabo na cancela

Laço certo de vaqueiro

Domina o bicho bruto

Por mais que seja astuto

Tem limite para se parar

Voando nos carros de boi

Com os bodes no chiqueiro

Mel de engenho na moagem

A romaria prepara a viagem

Vamos todos juntos à Solidão

Rezar no íntimo do coração:

Trabalho, família, comunidade

Educação, saúde e solidariedade

Transformar o sentido da cidade.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21022024)

quarta-feira, 20 de março de 2024

Sintética



Plastificável

Injustificável

Embalagens

Bombas no mar.

 

Arrecifes sintéticos

Esgotos estéticos

Petróleo bruto

No meio do mar.

 

Freática coberta

Lençóis aquáticos

A água de cima

Que corre embaixo.

 

Vidro e papelão

Sucatas das cidades

Os acumuladores

Com suas ansiedades.

 

Inestorquível, limpo

Água pura e a água suja

Dois lados da moeda

O tempo com suas rugas.

 

(Cristiano Jerônimo – 20.03.2024)

Yellowstone



Montana, Montana

A cidade é cigana

Teus búfalos, o gado

Ninguém se engana

Ninguém nada vê

Não há alma viva

Que compre briga

Com o latifúndio

Agrário e coronário

Cigano do campo

Martelo agalopado

Poeta com o pecado

Com o prazer voluntário

De ser quem nós somos.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 20032024)

terça-feira, 12 de março de 2024

No Brasil

 


A palavra que nos deram foi silenciosa

O vento soprou na saia do pensamento

A lua da noite e do dia surgiu e encantou

A engrenagem capital girou lentamente

A pessoa não é igual em direitos a outras

O fogo purifica com a intensa evaporação

A moça está grávida e muito perto de parir

Melhor felizes longe do que juntos em crises

Para refletir e aprender que somos aprendizes

Como uma pauta difícil e extensa de um jornal

Um noticiário que diz que a autoridade vai reagir

No caos subliminar das ideias de retrocesso vil

Acredito profundamente na alma do nosso Brasil.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 12032024)

Comum de dois gêneros



Você é forte

E tem medo de usar a sua força.

 

Você é calmo

Mas nem sempre é indulgente.

 

Fala-se de um ser tão inteligente

Mas que pensa que está a salvo.

 

Você é um sniper com seus alvos

Que ainda estão por vir no passado.

 

Você é tão meigo

E sua impaciência te torna leigo.

 

Você tem sabedoria,

Pode praticar para todos os dias.

 

Tu tens caráter e modos;

Não desça da bota tão fácil.

 

Mas és luz e progresso;

A paz é o seu sucesso.

 

No mais, a vida tem tudo para te dar.

 

“Deus Proverá (sempre)”

 

E parafraseando

Escrituras Sagradas:

“Deus é por nós.

Quem se atreverá

A ser contra nós?”

 

Mudemos

Como amálgamas.


De prata e mercúrio,

Ou concreto.

O caminho do reto

No sentido de progresso.


Na capacidade

De amar de verdade.

 

(Cristiano Jerônimo – 12032024)

quinta-feira, 7 de março de 2024

Seu último poema



Seria tolo,

Se não fosse ridículo.

 

Seria bobo,

Se não presumível.

 

Que o problema antigo

Te afeta no novo...

 

Que não podemos

Fazer tudo novamente.

 

Que não pode ser pior

Que paranoia de maior

Como criança no berço.

 

Tudo o que é oferecido,

Ou “tá” pobre ou ardido

Não se sinta ofendido.

 

Não acredite em inocentes

Seu egoísmo é mais fodido

O seu paraíso é perdido

Seus atos são negligentes...

 

Mas é ela quem detém

O cajado da razão e do bem

Só que ninguém me está além.

 

Bailam flores no vento alado;

Mas que depende da mamãe

Mesmo que ela não esteja aqui.

 

Vai com um homem fortaleza

Que nunca te esqueça feliz

Como eu, seu último poema.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 07.03.2024)

sexta-feira, 1 de março de 2024

Desafio de viola com Deus



Eu sou o calango que voa

Abro portas e janelas

Fecho se não convier

Depende do calor

Ou do inverno frio

Não deixo o que a vida quiser.

 

Quando eu me arrepio,

Sou iguana passando

Um camaleão de folhagem

Um espinho de juazeiro

Um mergulho flecheiro

No poço do açude

Eu não nasci...

 

Para ser de um jeito só

Eu nasci só para ser

Do meu mesmo jeito

Corro como a seriema

Como um veado campestre

Uma hora perco a pena

E vou-me embora...

 

Porque sou cabra da peste

Não vivo só há 50 anos ou mais

Desafio de viola entre Deus

E um outro rapaz,

Sou portento com talento

Tenho dúvidas recorrentes

A verdade não é uma semente

Que se planta todo dia

Que não cresce pelo vento.

 

 (Cristiano Jerônimo – 29.02.2024)

Recife!

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...