sábado, 1 de maio de 2021

Razão de ser


Estava aqui pensando

(pensando, pensando)

imaginando as cenas

da novela passando.


Vexame de improviso

provável desperdício

Ser humano é desafio

Nadar ao lado do rio.


Imagino que acumulam

O tanto para suprir

Quando as almas pululam

Querendo levar aonde for.


Os nobres anjos guardiões;

Força de fé move montanhas

Acreditar no espelho em si

Sem pensar no tal partir.


A novela é um romance

que ele guarda nas esperas

Pegar fogo ou qualquer lance

Somos pequenos nesta esfera.


Usar a saliva do pensamento

Para beijar a boca da verdade

Buscar todo o sentimento

a razão de ser destas cidades.




(Cristiano Jerônimo - 01052021) 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Beligerância

 


De dez, tiro oito fora

Dos dois, um vai trair

Por amor; o outro vai

Aceitar por ter medo.

 

São as alças do poder

São os entrelaces vãs

Só que a gente aprende

A valorizar cada manhã.

 

A cada oito, tiro sete

O que ficar, vai ser

Tudo aquilo que fizer

De nada adianta falar.

 

Papagaios falam bem;

Aprenderam com os homens

Mas também tiveram jaulas

Sozinhos, sem ninguém.

 

Na palma da minha mão

Conto com quem conto

Poucos dedos, na verdade

Às vezes, sinto as duas mãos.

 

Às vezes não. Não há completude

Onde não há respeito e tolerância

Aqui na terra tem e não tem o bem

Também tem o limite da ignorância.

 

Além da falta de atitude diante da vida

Quando temos muitas obras para fazer

O tempo passa um terço de minuto antes

Não queremos mais ser beligerantes.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 270420210)

Os aviões e o sal

 


Perto de casa pousam os aviões

Seguindo as rotas do seu pousar

Olhamos por longos anos o céu

O comportamento das árvores

A cada fase diferente do ano;

Provando aqui do mel e do fel.

 

Vimos que as folhas caem e voltam

Entre frutos, floresce o esverdear

Mais clorofila no pulmão terrestre

Os índios mortos à bala ou de peste

A sensação de que tudo vai acabar.

 

Os aviões carregam gente para lá

Na vida, ida e vinda, o doce e o sal

Nosso olhar caridoso que ascende

Faz manter aceso fogo em castiçal

Pois também transportam para cá.

 

Rasgando o céu, o voo é barulhento

Porque entra em outra alma também

Alma das nuvens, coração pleno amor

A altivez da altitude do voo do condor

A sensação de estar mais perto do além.

 

O avião armado na cabeceira da pista

Nossas bagagens cheias de muito amor

Silêncio pleno e muita paz profunda

Longe dos seres tacanhos e egoístas

Nem deixemos, também, para aprender

                apenas pela dor.

 

 

 

 

(Cristiano Jerônimo | Recife | PE | 279420210)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...