sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Tom de blues

 


No nosso Universo,

Deus está bem além

de qualquer caos.

 

No nosso íntimo,

moldamos

e somos moldados.

 

Somos soldados

na escuridão

do pouco dinheiro.

 

Ele não tem espelho

nem se olha

pra saber que não!

 

Que você tem que comprar;

dê seu jeito de financiar

vá atrás do seu dinheiro.

 

Vá pagar! Raulzito já dizia

que o problema está

em o mês não acabar.

 

Correto! Não tem experto

não tem dissimulação

mas a autoridade rouba.

 

Nem por isso sou ladrão

ralo o meu trabalho

na cabeça e no físico.

 

Assumo meus riscos

sei do que preciso

se for preciso, eu lhe aviso.

 

Senão deixa pra lá

pois isso é desagradável,

fato cotidiano tom de blues.

 

(Cristiano Jerônimo – 19.09.2021 – 16h31)

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Soneto de se revoltar


A crença num mundo mais justo

Impede a gente de agir e lutar

Um fator oposto à mobilização

Enquanto creem, ninguém escuta.

 

Agora, devo explicações de quê?

O motivo que me faz prosperar

É o mesmo que vira obstáculo

Para a sobrevivência superar.

 

Desconforto de arrogância mata

Diante de uma elite cruel, ingrata

Nem mesmo a psicologia social...

 

O povo está perdendo esta batalha

Se contenta em receber migalhas

Nos templos, convivem com o mal.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 16092021 – Taubaté/PE)

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Fragmentos de um mundo



Condor deslizando na crista dos Andes

Oceano pacífico nos povos do atlântico

O misticismo dos mistérios dos egípcios

A marca dos povos orientais quânticos.

 

Sioux resistente até mesmo na extinção

América Central, Haiti, um carma fatal

Um voo raso no espaço daquela direção

O amor dos deuses e nosso amor carnal.

 

A menina foi para o sul procurar vida

O menino é ternamente seco e dócil

Estropiado, no sertão, com uma ferida

Sabe que a ávida vida lá não é tão fácil.

 

O fantasma só existiu quando ele viu

Perdeu os Incas, os Maias e Astecas

Foi no que viu e matou o que não viu

Nas tabernas medievais, suas canecas.

 

No meio copo, ela pensa no lado vazio

Sem saber que o outro está lá, cheio

Nunca desperdiçar o cio da nossa vida

Transformando em belo o que é feio.

 

Como rochas, as pedras param rápido

O vento mais veloz, leva um pássaro

A planar do alto do pico de uma serra

Impávido como um gavião e seus atos.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 15092021 – 16h27)

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Dos coronéis e bandidagem


Ele falava em sangue, suor e lágrimas

Deslizava feito água nas quebradas do sertão

Na doçura dos beijos de Maria, disfarçava

Sua ira com os macacos e o ódio da traição.

 

Ele dizia que só vivia porque tinha coragem,

dinheiro e bala; festejava tudo no meio do mato

Inteligência rara para história e bandidagem

Bandido ou herói? Lampião não era ingrato.

 

Padre Cícero era conselheiro de Virgulino

Já dizia o Mestre Vitalino do barro colorido

As volantes se perdiam pelo meio do caminho

Um bando entrava pela mata e escapulia.

 

O povo ressentido porque mataram Lampião

O próprio coiteiro é quem pode trair a gente

Diziam. A carga de pistola se chama pente.

Fogos de rojão!!!! Antônio Conselheiro, São.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 14092021 – 17h14)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...