terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Vídeo game sete flechas pra rodar pião e empinar as pipas no ar...

Por aqui, na minha casa, atrás das próprias grades, cadeados e correntes... Sem sequer poder pular o muro por causa de uma cerca elétrica imponente e intimidadora. Duas câmeras trazem de fora, para a telona, tudo o que se passa na rua, para dentro do celular. E gravo coisas muitas vezes importantes, como ocorrências policiais, nas quais as imagens são fundamentais na investigação judiciária na elucidação de crimes. De qualquer forma, nada evita o medo e a sensação de insegurança, que além de preocupante, tem-se que a violência já bateu na porta de pelo menos uma pessoa que cada um de nós conhece. Para mim, de acordo com uma observação dos fenômenos sociais, o aumento anual, década a década, só fez subir. A população também cresceu e a desigualdade social permaneceu com a falta de uma política econômica de transferência de renda e geração de oportunidades. Sugiro que entre no google e pesquise as estatísticas na área de ocorrências. Essa “bela” fissura social começou a se aprofundar na segunda metade da década de 1980. 


Eu me lembro muito bem quando eu e meus amigos andávamos de bicicleta pelo bairro da Cidade Universitária. Entrávamos e saíamos dos estacionamentos dos prédios, raro era ver uma guarita, uma sombrinha, apenas. E lembro mais, porque fui um dos atingidos, quando em 1986 houve um boom de colocação de grades nos conjuntos, edifícios, prédios. E era, e é, o mesmo tipo de grade. Agora não podíamos mais entrar nos prédios, usar suas rampas. E neste mesmo ano bombaram os primeiros vídeo games. Confesso que olhei com desdém para o Atari, o MSX, e disse: - “Meu lugar é na na rua brincando”. Na rua e na escola. Mesmo exposto aos muitos riscos que se apresentam numa idade ainda pueril, do alto do falso poder dos nossos 15 anos, quando adolescente pode tudo e quero ser adulto. E não foi lá nem cá que o aperto espremeu. Foi aqui, dentro de mim. Persistindo por uma eternidade, a oportunidade de tentar ser sempre uma pessoa melhor. Muitos anos depois.


Cristiano Jerônimo, 19.12.2017.

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...