sábado, 26 de junho de 2021

Partículas de Deus

 


Das coisas que não consigo

Da vida na qual não morro

Da parada à qual não corro

Transpondo-se no infinito.

 

Nas realidades paralelas

A fúria serena da mente

É muito maior que pequena

Que a do corpo e sem dor.

 

Quantos portais

Deixamos de entrar

Por culpa ou medo

E muitas vezes

Paramos de olhar

Perdemos o segredo.

 

A cada porta e janela

Que bate, se fecha e se abre

Os alpendres da nobreza

E aquela parte que não cabe.

 

Os buracos negros resolvem

Sugam de volta o que já passou

Fazem o reencontro da alma

Continuamos Partículas de Deus.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 26062021 – Taubaté – SP)

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Cultura dicotômica



Maracas da mata

Caboclos de lança

Maracatu rural

Mãos na ciranda

O baque virado

Um caboclinho

Afoxé, samba, samba

Boizinhos da Sé

Enquanto isso,

Na Sala de Justiça,

Os super-heróis

Bonecos gigantes

Decidem quais são

As cores da rua

Do povo a sorrir

Atrás de um bloco

Uma volta na cidade

E cai no frevo, coco dub

Os caretas de Triunfo

Papangus lá de Bezerros

Boi da Mata lá na Várzea

Carnavais são as lembranças

Dicotômicas da vida livre

São brinquedos, são crianças.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 25062021 – Taubaté – SP)

Saindo da caverna



Sorvete gela a goela

Marshmallow amarelo

Suco de frutas cítricas

E também um caramelo.

 

Vamos fazer

Uma festinha

Com os amiguinhos

Na casa da mamãe.

 

Vamos fazer

Uma festinha

Com os amiguinhos

Na casa da mamãe.

 

Vamos ao parque

Balançar e voar

Andar por cima

das árvores, no ar.

 

Passarinho voando

O boi mungindo,

Bezerro berrando

Cavalo relinchando.

 

Cachorro latindo,

O gato miando

O lobo uivando

A hiena sorrindo.

 

(REFRÃO)

Esse é o mundo animal...!

Com os bichos e as plantas

Em tudo harmonia e paz

Da floresta, o homem saiu.

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Da caverna, o mito de Platão

E uma luz clara na manhã

Raiou o dia lá em casa


Eu vou me levantar

No amanhecer do dia

Despertando a alegria

De poder ir e sonhar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 25062021)

Acho que agora vai


 

Há quanto tempo não tinha noite

Tornaram diferentes os nossos dias

Como se fosse um grande açoite

A era antagônica das pandemias.

 

Não perdemos o que ganhamos

Muito menos aquilo que fomos

Tesouros, incautos, nós velamos

Estávamos presos nos escombros.

 

Só havia um caminho, um destino

A escolha era a gente quem fazia

Da tenra idade, lá olhava o menino

Brincando na imaginação do dia a dia.

 

Retornando a partir dos 42 anos

Os 33 da idade de Cristo também

Muito já nos enganamos

Agora a verdade é a luz quem diz.

 

Quantos anos se passaram à toa

Estava sem a minha companhia

Foram tempos que já passaram

Com muitas noites e tantos dias.

 

Há quantas décadas não mergulhávamos

Não olhávamos para dentro de nós mesmos

Muitas pessoas não se sensibilizavam

Depois, passavam e não punham um dedo.

 

Foi do ano de 2020 em diante

Nunca mais eu sei o que aconteceu

Dizem que o normal voltou um dia

Um dia tudo voltou ao normal.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 25062021)

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Peço somente uma coisa: sejamos gente.


A água é mais doce

Quando o café

é mais amargo

A subida sagrada

Boa loucura esta vida

Faz ficar mais bonita

Voando em liberdade

Nunca que tardia.

 

O gosto amargo

De quem tomou mel

A boca doce, doce...

Gosto suave de céu.

 

Se as estradas

não têm mais lembranças

o destino é mesmo bonito

Não precisa nenhum grito

Também não tem que se calar.

 

Se nas encruzilhadas do destino

Os sinais estão amarelo piscante

A terra mudando de cor e alegria

Cuidado na rua quando atravessar.

 

Vá pelo lado da sombra mais fria

O ponto da avenida é logo na frente

Respire e controle essa taquicardia

Não deixe muito frio nem muito quente

Peço somente uma coisa: sejamos gente!

Peço somente uma coisa: sejamos gente!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23062021 – Taubaté - São Paulo. A festa que eu mais gosto é a véspera e o dia de São João. Fazer fogueira, assar milho, soltar fogos de artifícios, meus rojões treme terra, roupa com cheiro de fumaça, e refazer a fogueira no outro dia).

terça-feira, 22 de junho de 2021

Definições ©


Psicologia não é aconselhamento

Sois vós quem te curas

Em todo e qualquer momento

Não são outras criaturas.


Sociologia não é um documento

Obrigado a nadar no mar do nada

Quem nasce com a fossa no portão

Uma família que não foi nem cadastrada.

 

Olhe os olhos da jornada, mais na frente;

Veja que tem estrada, dá para nós seguirmos.

No riacho, a gente nada, segura a mão e vai

Nossa vida é mesmo uma escada invisível.

 

Psicanálise não precisa de nenhum divã

Se há alguém em desvantagem está são

Desce pela escada de um agitado tobogã

Experimenta poder acordar bem toda manhã.

 

Psiquiatria não é caso de vulto forense

Porque o rapaz se tornou diferente e tal

Porque o mundo faz sua parte neste caos

Os bons nas fronteiras, nas ondas do mar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 22062022 – Taubaté – SP)

Poema pessoal | Mundo de cor



A gente traça tantos caminhos

Garante que vai ser como quer

Homens, meninos e meninas

Criança num dia, no outro mulher.

 

Lembro de quando íamos mudar o mundo

Ser bem mais rápidos do que um segundo

Até percebermos não ser assim que mudava

O mundo ia mudando enquanto andávamos.

 

As sementes diamânticas dos meus frutos

O carimbo estampado e escondido do DNA

Da minha vida; levo e trago olhos enxutos

As crianças ensinaram a superar o luto.

 

Quando era moleque, tinha um subterrâneo

Um lugar escondido com tudo o que queria

Era real muito mais do que qualquer sonho

Minha avó me dizia: Eita! menino medonho.

 

Ninguém nunca me mandou sentar e estudar

Também eu, na verdade, nunca que estudei

Eu não sei de onde vem o pouco que eu sei

Tanta entrada em disputa e ir lá para vencer.

 

Esse foi o melhor e mais estratégico artifício

Assumir um compromisso de verdade comigo

Enjeitar pouco, as obras e os ossos do ofício

Construir com muita calma, a alegria e o zelo.

 

Mais um retrato da leitura no menor infrator

A periferia pede ajuda e ainda consegue sorrir

Foi na escola que aprendi, e na vida construí

Uma cercado novo neste lindo mundo de cor.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21062021)

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Se deleite com a lua de leite

Para ver estrelas

Tem que olhar

Do lado de lá.

Quando elas

Ainda existem

Nas galáxias...

 

Para ver o poente

Temos que olhar

Do lado de cá.

Antes do sol

Arrodear

O planeta azul.

 

Olhar para o nascente

Na linha reta do mar, ôh

A bola ofuscante de fogo

Sempre volta a brilhar...

É só esperar meio dia

Durante todos os dias

Ela não irá se apagar.

 

Para ver melhor a noite

Deixe que o sol se deite

Vá, deite-se e deleite-se

À noite tem a lua de leite;

De Carnaval, é tudo enfeite.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21062021 - Taubaté | São Paulo)

Profundezas das águas

(Música Infantil)

Roseiras... rosinhas...

Acendem-se... se alinham...

Roseiras... rosinhas...

Saíram... da terrinha.

 

Raízes... tão fortes...

Flores que trazem a sorte.

Na terra molhada

é que nasce a vida;

Nas mãos, água do pote.

 

De onde pingam as gotas,

De toda água que se filtra,

O homem da comida usa bota

Na lavoura, vai e nos fortifica.

 

Plantas... plantinhas mansas;

Não te cansas de seres tão linda

Folhas sábias, elas são flexíveis

E as obras superiores são infalíveis.

 

Dono da terra, ajuda a plantinha;

Ela é apenas uma linda rosinha.

Faz as crianças felizes e sábias,

Lava este mundo nas Tuas águas.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21062021 – Taubaté - SP)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...