A gente traça tantos caminhos
Garante que vai ser como quer
Homens, meninos e meninas
Criança num dia, no outro mulher.
Lembro de quando íamos mudar o mundo
Ser bem mais rápidos do que um segundo
Até percebermos não ser assim que mudava
O mundo ia mudando enquanto andávamos.
As sementes diamânticas dos meus frutos
O carimbo estampado e escondido do DNA
Da minha vida; levo e trago olhos enxutos
As crianças ensinaram a superar o luto.
Quando era moleque, tinha um subterrâneo
Um lugar escondido com tudo o que queria
Era real muito mais do que qualquer sonho
Minha avó me dizia: Eita! menino medonho.
Ninguém nunca me mandou sentar e estudar
Também eu, na verdade, nunca que estudei
Eu não sei de onde vem o pouco que eu sei
Tanta entrada em disputa e ir lá para vencer.
Esse foi o melhor e mais estratégico artifício
Assumir um compromisso de verdade comigo
Enjeitar pouco, as obras e os ossos do
ofício
Construir com muita calma, a alegria e o zelo.
Mais um retrato da leitura no menor
infrator
A periferia pede ajuda e ainda consegue
sorrir
Foi na escola que aprendi, e na vida
construí
Uma cercado novo neste lindo mundo de cor.
(Cristiano
Jerônimo – 21062021)