terça-feira, 22 de junho de 2021

Poema pessoal | Mundo de cor



A gente traça tantos caminhos

Garante que vai ser como quer

Homens, meninos e meninas

Criança num dia, no outro mulher.

 

Lembro de quando íamos mudar o mundo

Ser bem mais rápidos do que um segundo

Até percebermos não ser assim que mudava

O mundo ia mudando enquanto andávamos.

 

As sementes diamânticas dos meus frutos

O carimbo estampado e escondido do DNA

Da minha vida; levo e trago olhos enxutos

As crianças ensinaram a superar o luto.

 

Quando era moleque, tinha um subterrâneo

Um lugar escondido com tudo o que queria

Era real muito mais do que qualquer sonho

Minha avó me dizia: Eita! menino medonho.

 

Ninguém nunca me mandou sentar e estudar

Também eu, na verdade, nunca que estudei

Eu não sei de onde vem o pouco que eu sei

Tanta entrada em disputa e ir lá para vencer.

 

Esse foi o melhor e mais estratégico artifício

Assumir um compromisso de verdade comigo

Enjeitar pouco, as obras e os ossos do ofício

Construir com muita calma, a alegria e o zelo.

 

Mais um retrato da leitura no menor infrator

A periferia pede ajuda e ainda consegue sorrir

Foi na escola que aprendi, e na vida construí

Uma cercado novo neste lindo mundo de cor.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21062021)

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