A pele arde, mas tem sombra. Estes são os sentidos
dos dois olhares que podemos ter, no mínimo, quando o sol escaldante ilumina e
incendeia a grande bola azul de água. É verão no hemisfério sul e todos os
animais saem de suas tocas. Quem tem pelo, no inverno, se agasalha. O casaco de
Elizabeth era do mato e o sol não arde mais.
O fogo que arde e ilumina é o mesmo que limpa e
recicla o tempo. Enquanto destruímos matas, a água produz vida. E nós destruímos.
E isso ainda é pouco relevante aos governantes, eleitos pela vontade do povo.
Educação!?
Retomando a questão do fogo e da água é inesgotável
a mudança de estados do composto H2O. Mas os meninos não sabem sobre o que
estou falando. Básico.
No sentido lato, assistimos duas forças poderosas
que dão vida à terra – sólida, líquida e gasosa. Elas podem levantar ou afundar
a terra. Já o centro de combustão vem do fogo maior do centro do sistema solar.
As águas profundas dos mares e oceanos misteriosos, e com piratas, hão de
terce-lhe lindos bordados em oferta cordial. Os piratas e os mercantes, os
amantes solitários do cais que velejam suas emoções ao sabor dos ventos estarão
a postos para sorrir para qualquer novo amigo.
E a pele arde, porque estamos mais próximos da
nossa própria chama. O fogo que constrói é o mesmo das cinzas. O sol manda
chuva. O sol leva a chuva. A pele arde no trabalho de quem não tem água para
aguar sua lavoura, na maioria das vezes de subsistência. No sol de maior grau
de evaporação d’água, semiárido em processo de desertificação.
O sol, astro-rei, cumpre sua função de viver o
livre arbítrio e desafiar o homem, com a falta e o excesso, o frio e o calor,
as estações e as marés. A lua. Traz a nós, seres humanos, a mesma
responsabilidade de livre-arbítrio para saber o rumo que está tomando este
planeta, onde a pele arde. Mas a vida é uma beleza!
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Cristiano Jerônimo ©