sábado, 31 de dezembro de 2022

Décimas dos alertas metereológicos



Estava aqui escrevendo...

Lembrando, lembrando...

E fui lá ver a tempestade

Não era nada de verdade

Era a mais imensa ilusão

Não era campo; era cidade

Onde tem mais combustão

Para não se expor a raios

Viver a vida de seu ensaio

E improvisos como palcos.

 

Saí de mim para ver só

Vi uma lua e um arrebol

Deixei a Mãe da Lua ver

A bola de fogo aquecer

Os campos e os riachos

Cozinhar frutas nas cachos

Com o mel do tacho doce

A ausência de mel é de abelhas

A falta de combustão é centelha

A escolha foi mais o que optamos.

 

Já voou contra o buraco negro

Desafiou a Lei da Gravidade

Das ilusões que foram verdades

Inúteis para o secreto da vida

Do homem que se tornou bom

Do homem que teve um dom

E, diante de tanta iniqüidade,

Chegou a cantar fora do tom

Mas nosso Govenador Planetário

Sabe que sabemos bem quem nós somos.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21122022)

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Liberdade e vigilância



Não vale a pena

Ficar os dias

Parados esperando

Que eles construam

Uma comunhão

De seres humanos

Por causa da mania

De roer por baixo

Para por tudo abaixo

Destruindo como ratos.

 

Cinco ou seis flores depois

Quando hoje elas não morrem

Não simbolizava viver de novo

Se “o preço da liberdade

Era a eterna vigilância...”

Já fora dito para vigiarmos

O que temos de mais precioso

Nosso espírito imerso no todo.

 

A vida é tão relativa e ampla

Parte do segredo do universo

A vida maior que o metaverso

Mesmo quando está pelo avesso

Resumindo, fomos ver ilusões

Diferente de outros corações

Acertou quem disse que encaixa

Na mesma vida, na mesma marcha

Ninguém consegue parar de andar

Já o tempo está sempre esperando

No próximo segundo ele informa

Que gastamos um segundo a mais

Só retórica e sociedade envenenada

Para eles, pouco importa o fim da estrada.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 27/12/2022)

 

 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Se alguém fosse te falar

 

No meio de todo esse turbilhão de pensamentos,

Pare!

Na tempestade mantenha a calma em mar revolto,

Tente!

No desgastante dia em que passas todos os dias,

Pense!

Nos improváveis medos assuma as suas rédeas,

Direcione!

Nas tuas mais loucas indecisões e vagalumes,

Dance!

Rebole na pista e não desista, pule de salto,

Rebole!

Toda a natureza bole com cristais de água,

Viva!

Porque viva é a água que jorra daquela fonte,

Beba!

Mas beba sempre, pois não esperam por decisões,

Viva!

Se o mundo está apertando teu peito é transição

Ora e vigia!

Não esqueces no outro dia de fazer uma oração,

Rogai!

Entendei que os frutos têm que ser escolhidos

Prova!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23122022)

Longe do Presépio, Perto da vitrine. Todos estão a procurar...



Pensar fez dele um alvo fácil

Para arapongas retráteis

Para o que é tão inefável

Como os amores portáteis.

 

Cintilam na beira da praia

Nas areias de Itamaracá

Seu desejo mais profundo

Saber dos mistérios do mar.

 

Pensar fez dele a sua razão

Farto território de oposição

Sob o comando do não acaso

Que gere sutilmente a emoção.

 

Acessar o passado é “pecado”

Quando não tem nada ao lado

De todos os tijolos colocados

Muitos ruíram outros subiram.

 

Não é só tosca essa ilusão

De propaganda vender o Natal

Com a imagem de Papai Noel

Escondendo o nascimento de Jesus.

 

O Menino estaria perdendo espaço

No Natal que não alcança o sentido

De que uma grande cerimônia

Deveria ser o ritual destes dias.

 

Ele só queria ser o burrinho

Ao lado do berço do Menino

Queria até mesmo ser o sino

Que tocou lá em Belém...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23.12.2022)

 

  

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Muamba de escravos



Os pinotes dos passarinhos no chão a beliscar

Os bezerros saltitantes tal a nossa alegria

Contentamento de estar vivo, e então...

A natureza age, agiu e no que reage, reagiu

À nossa própria loucura de desmantelar

Como quem corta cabelo no quartel

Num dia de teoria

No outro de tiro ao alvo

Se eu me salvo

Vou a Gorgonha

A flor da helicônia

O fruto proibido

Tão palatável

Ao mesmo tempo

Gosto do pecado

Provável não ser...

Não estar numa realidade

Paralela certa

Nem ficar de boca aberta

Nem vou comprar escravidão

Nem aqui nem na China

Bem longe do Nepal

Sem ser da Índia

Sob os auspícios da América do Norte

Sob a pressão da Coréia do Sul

Neste feriado choveu quatro dias e noites

Eu não comunguei na igreja do homem

Eu me achei me perdendo escapulido

Pelos dedos grandes de mim mesmo

Andando no destino com as rédeas do trilho

Sem apreensão, temor ou mesmo medo,

Entre mortos e feridos, estamos muito vivos.

 

 (Cristiano Jerônimo – 21122022) 

sábado, 17 de dezembro de 2022

Esperança de um dia...



Não há arco-íris sem sol

Nem sem água evaporada

Dos olhos do planeta terra

Seu sangue vira coalhada.

 

Não há chuva e não regam

Quintal em que se criaram

É o muito que ainda resta

Na natureza das florestas.

 

Olhos de Maria marejados

Ela canta uma velha canção

Lembrando do açude cheio

Transbordando o coração.

 

A terra já secou e romaria

O casamento foi na roça

Durou três noites e dias

O noivo pensava em rodovia.

 

Para ganhar dinheiro longe

Para enviar seus trocados

À viúva da seca do torrado

Que espera firme seu amado.

 

Há felicidade na vil distância

Muita fraqueza na arrogância

Se tivesse água, ele voltaria

Mas é só esperança de um dia...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 17.12.2022)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Naus das diretrizes

Se for para sorrir,

O sol é muito pouco

Para dançar

A música é muita boa

No tilintar

Dos velhos vinhos.

 

Se for para chorar

Lenços brancos

Enxugando gelo

Neste desmantelo

Conhecido como azul

Na América do Sul.

 

Se ficar sério

Invente um sorriso

Observe como as coisas

São quietas

Nós que baixamos

Arquivos mortos.

 

E se foram pro Norte

Num desafio com o mar

A agitação e os rochedos

São testes para o medo

Num arpão dissimulado

Peixe que não devia ser fisgado.

 

Nos 17 mares de navegação

Suas naus não têm mais opção

A quantos pés navego milhas

Como no Tratado de Tordesilhas

Onde está o teu coração valente

Entre as estrelas, és quem brilha.



 (Cristiano Jerônimo – 15.12.2022)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Deus do Infinito



No vento do tempo

à espera do espaço

a vida e seus laços

aguardam a partida

da partilha do pensamento

do destino que não coincide

da estrela que risca e some.

 

A luz que ofusca é que dá vida

A vida dada luz que é vivida

Na falsa paz do céu de anil

Nas iniquidades deste covil

Governos de déspotas tiranos

Os seres chamados de humanos

A repetição dos ciclos dos anos.

 

Nas eras da terra e do mundo

Somos sempre quase tudo

Mesmo que não sejamos nada

Não há nada, contudo, de tudo

Os buracos negros subtraem

Atraindo pela sua gravidade

Duzentas vezes uma cidade.

 

E nós brincamos de “diversão”

às vezes sem agir com o coração

que, na maior das adversidades,

teu pensamento não te afaste

do amor que povoa a intenção

e te lembres de usar tua razão

Para acordar o Deus do Infinito.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 05122022)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Nunca faltar amor

 


Amarga que só fel

É doce que nem mel

Tem gosto de rapadura

Pelo melão do chão

A vida nem é mole

Nem é dura

Miremos o sol

No ciclo natural

Da existência inata

Não há fração exata

Nem manual

De instruções

É só seguirem

A voz dos seus

Próprios corações

Dialogicamente

De forma síncrona

Muitas vezes

Estressante

Como é a vida

De todo mundo

Que não falte

Coragem

Para melhorarmos

O nosso mundo

Que entregaremos

Para os nossos filhos

Os sujeitos que virão

É gratuito o que é valor

Perpetuar o respeito

Dar vida longa à paz

Burlar o que há por dentro

E viver a rotina do cotidiano

Vendo ares diferentes

As praias verdes

Deste belo litoral

Os jardins mais belos

Escondidos no alto

Derramam champagne,

Costumes de ser local

A brisa nos coqueiros

Do litoral lá de casa

É como recebê-la

Em meus braços

Pesados de carinho

Com fardos de amor

Para nunca nos faltar.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 01122022 – Taubaté-SP)

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Casas de farinhada com mel de engenho



Tenho saudades da bolandeira e do bejú

Do som dos chocalhos vindos do terreiro

De subir a serra, passar pelo umbuzeiro

Colher as jabuticabas indo à farinhada

Comendo coco-catolé sob o coqueiro

Tomando água de caldeirão com a capemba

Tirar a quenga do coco e o coco da quenga

Atirar e dançar em roda de bacamarteiros

Tirar inchú pela caatinga e caçar os meios

Numa farta chuva, a preguiça não assola

Meu Avô plantava no inverno para o verão

Como tudo que fez por toda aquela região

Tenho saudades dos almoços das famílias

No Mimoso da saudade carinhosa saudação

Eram os meus Pai Odilon e Mamãe Marina

Eram tantos os nossos tios e as tias-avós

Resgatando tudo o que nos aproximou

No tempo sem mistério, tudo o que foi antes

Meninote lá na roça, eu também cortei palma

Para dar ao gado, que com trabalho sustentava.

 

Quando eu nasci, nasci meio morto

Depois dezesseis vezes eu renasci

E em vinte quatro dias sobrevivi

Nasci voando como um anjo torto

Foi cortejando o bem que sobrevivi

Saudades do queijo de manteiga

Derretido no tacho na hora do feitio

Da minha eterna Madrinha Etelvina

Os pratos de coalhada fresca de vovó

Puxa-puxa e rapadura para alfenim

São momentos que nunca terão fim

Assim como Matias e sua cama nova

Aonde Pedro de Lula queria deitar,

Noites que ninguém conseguia dormir:

 

 

  Maína!, oh Maína!

Pêdo tá bulino cum eu!

  Maína!

Pêdro quer dormir na minha cama!

  Maína!

Pêdo qué dá in nêu!

 

 

O Nosso Deus consagre toda essa família iluminada, a qual eu faço parte através dos laços familiares espirituais dos Jerônimo de Rezende.

 

(Cristiano Jerônimo – 16112022)

(Cristiano Rezende do Amaral)

Seres que são gente


De terra em terra

Nada se encerra

De serra em serra

Sempre termina

Sempre começa

Façais promessas

Nas tuas festas

Sempre profanas

Que antecedem

as festas santas.

 

De gota em gota

Pisando os mares

Ares dos lugares

Flota de caravelas

Acesas as 7 velas

Quando tu sonhares

Jogue tudo pelos mares

Os pesos mortos

Os lemes tortos

Outros pensares.

 

Após as tormentas

As naus continuam

Com suas velas

De pano redondo

Acelerando o mar

E chamando vento

A água atravessada

Até um continente

Tão esperançoso,

Seres que são gente.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23112022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...